Desde que foi preso, em 9 de maio, Mauro Savi (DEM) deixou de participar de 35 sessões ordinárias mesmo assim, o deputado ainda recebeu nos meses de maio e junho R$ 8,4 mil, já que foram descontados R$ 16,8 mil por mês dos R$ 25,3 mil de salário. As informações constam no Portal Transparência do próprio poder legislativo.
O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (DEM) confirmou que o deputado preso continua recebendo salário, porém, afirma que a verba indenizatória foi suspensa ainda em maio. "Nós estamos seguindo a orientação da procuradoria legislativa, que informou que só poderá chamar o suplente após 120 dias. É isso que o regimento interno diz", explicou Botelho.
Ainda segundo presidente, o pagamento salarial do parlamentar deverá ser analisado novamente pelo jurídico. "Nós estamos se baseando na decisão do STF, que ao afastar os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) por conta da operação Malebolge, não suspendeu os salários. Ele [Savi] deverá receber o salário de julho ainda, mas depois do recesso, a procuradoria deverá analisar essa situação. O que o jurídico determinar nós vamos cumprir", finalizou.
De acordo com Botelho, a procuradora Legislativa emitiu parecer informado que à Assembleia poderia funcionar com 23 deputados apenas.
Savi já teve seis pedidos de habeas corpus negados no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). Os HCs foram pedidos pela sua defesa e pela procuradoria legislativa da Assembleia.
Mauro Savi foi preso durante a Operação Bônus, 2ª fase da Operação Bereré, deflagrada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal.
O parlamentar é acusado de intermediar o acordo que deu origem ao esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro na ordem de R$ 30 milhões no Detran.
A prisão foi decretada pelo desembargador José Zuquim, que determinou ainda o cumprimento de 5 mandados de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo e Brasília.
Além de Mauro Savi, foram presos preventivamente o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, seu irmão, Pedro Zamar Taques, e os empresários Roque Anildo Reinheimer, Claudemir Pereira dos Santos, vulgo ”Grilo“ e José Kobori. Todos permanecem presos.