O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE), desembargador Márcio Vidal, afirmou em entrevista a Rádio Capital que já chegou ao seu conhecimento o desmembramento da delação premiada da pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, o que deve levar a julgamento agentes públicos sem prerrogativa de foro em suas determinadas instâncias. “Esses inquéritos já foram desmembrados. A quem não tem competência de foro já foi encaminhado a quem competia e tem autoridade para isso. Não é de um dia para outro que será julgado, tem que se aguardar o trabalho”, disse o desembargador.
O magistrado afirma que o TRE enviou um ofício à Procuradoria Regional Eleitoral com o intuito de instaurar uma denúncia que pode culminar na cassação dos políticos com cargos públicos que teoricamente estariam recebendo propina para uso indevido em campanha eleitoral, o que é considerado Caixa 2.
“O TRE-MT já tomou providência nesse caso específico divulgado pela imprensa. Já oficiamos a Procuradoria Regional Eleitoral para providências cabíveis. O órgão vai examinar e se houver provas eventualmente vai propor ações, inclusive eventualmente para uma possível inelegibilidade, cassação. A PRE vai fazer essa análise e vai determinar o que pode ser feito”, disse o desembargador.
Na deleção do peemedebista que foi divulgada nas últimas semanas, vídeos e áudios de deputados estaduais recebendo e negociando possíveis propinas foram entregues. No total 15 dos 24 deputados da atual legislatura foram citados, além de 3 prefeitos eleitos em 2016.
“No conjunto tem várias ações. Tem ação de probidade, ações penais, e também no campo eleitoral. Se houve um ato indigno que vá respingar no sistema eleitoral, isso caberá a Procuradoria Regional Eleitoral verificar”, disse Vidal.