Numa clara demonstração de que não quer e não deseja prorrogar a crise interna que expôs o Judiciário mato-grossense para a sociedade, o desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, Paulo Lessa, de forma tranqüila e serena, lamentou que alguns fatos tenham saído do controle interno.
Ele disse acreditar que eles vão se resolver internamente e com decisões e manifestações tanto do Superior Tribunal de Justiça (STJ) como do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde pairam pedidos de investigação para possíveis irregularidades. Lessa demonstrou sua preocupação como chefe do Poder Judiciário e com os efeitos da publicidade negativa que a Justiça tem sofrido cotidianamente.
“Não quero e não vou atacar ninguém. Problemas administrativos têm sua esfera para serem solucionados e volto a repetir que as coisas estão dentro da normalidade”, frisou.
“A Gazeta” teve acesso a documentos e fatos que envolvem tanto acusações contra o desembargador José Ferreira Leite, como a cinco juízes, alguns de 2º grau, além de acusações contra o presidente, Paulo Lessa, e o corregedor-geral, Orlando Perri, que chegou a conversar rapidamente com o presidente, mas depois saiu sem manifestar qualquer posição a respeito da troca de acusações entre grupos rivais dentro do Poder Judiciário de Mato Grosso.
“Não há a mínima paralisação dentro do Judiciário, que caminha dentro das expectativas”, demonstrou sua preocupação no limite da questão institucional do Poder Judiciário.
“Tenho para mim, e isto a gente vê muito no dia-a-dia da Justiça e de um tribunal, que o ser humano passa, mas a instituição fica, mas tem que ser de forma incólume”.
Lessa sinalizou inclusive que esteve com o presidente da OAB-MT, Francisco de Anis Faiad, e disse a ele que não há nenhum risco de solução de continuidade dentro da Justiça Estadual. Ela tem, disse, seu cronograma de ações e decisão, além de julgamentos que serão mantidos independente de qualquer coisa. Faiad convocou uma coletiva para criticar as trocas de acusações entre membros da Justiça.
Reconhecendo que a Justiça está passando por uma momento de fragilidade, Paulo Lessa cobrou celeridade, transparência e solução para a crise dentro da instituição, protestando contra a exposição que o Judiciário de Mato Grosso tem sofrido em nível nacional. “A sociedade espera de nós uma Justiça célere, responsável, pronta para atender e sem máculas, como diz o ditado popular: “roupa suja se lava em casa””. Ele pontuou que se existir algo errado, será corrigido e punido.