Pessoal insuficiente, equipamentos estragados, falta de medicamentos, insuficiência de leitos na rede pública e hospitais conveniados, mortes por falta de condições de trabalho no PS de Cuiabá. É esse o quadro da saúde mostrado pelo presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed) Luis Carlos Alvarenga à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. Ao relatar inúmeros problemas na rede pública tanto de Cuiabá como no interior, Alvarenga chegou a defender a implosão do Pronto Socorro da capital e a construção de uma nova unidade. Pediu a revogação da portaria 016 da prefeitura de Cuiabá que complementa irregularmente os baixos salários dos profissionais de saúde, a descentralização da regulação de vagas, a regulamentação da Emenda Constitucional Federal 29 que trata dos recursos da saúde e se posicionou contrário à eventual criação de um novo imposto destinado à saúde. Por fim, defendeu um teto nacional de R$ 7 mil para os médicos.
O presidente do sindicato dos médicos também admitiu óbitos por falta de estrutura de atendimento na rede de saúde. “Muitas pessoas falecem não por conta dos médicos, mas por falta de recursos materiais para salvar vidas. Muitas vidas poderiam ter sido salvas”, confessou. Questionado sobre gestão, Luiz chegou a dizer que há maior precariedade na gestão do que falta de recursos. Segundo ele, a União envia R$ 12 milhões para Cuiabá, o estado R$ 3 milhões e há uma contrapartida de R$ 1 milhão do município e é preciso melhor gerenciamento desses recursos.
O presidente da CPI da Saúde, deputado Sérgio Ricardo, ressaltou que o depoimento de Alvarenga só vem a confirmar “o verdadeiro caos na saúde e um quadro de terror, pois a população está morrendo nos corredores do PS de Cuiabá.Vamos pedir imediatamente um levantamento ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para saber quantas vidas poderiam ter sido salvas. Mas a situação é grave em todo o Estado e não há estrutura para atender a população. E por isso estaremos visitando os hospitais regionais, começando pelo de Cáceres que pelas informações que obtivemos é o pior de todos os regionais” disse. Sergio comentou que a CPI está conseguindo esclarecer o que está acontecendo e deverá sugerir que o Estado crie cargos para médicos destinados a trabalhar no interior sem depender das prefeituras.
A CPI da saúde estará convocando o presidente do Conselho Regional de Medicina – CRM, Arlan de Azevedo, para o próximo dia 3 de dezembro às 14 horas para depor a respeito das condições das unidades de saúde. Nesta quinta-feira, às 14 horas, a CPI da Saúde estará visitando o Hospital Modelo e às 16 horas o Hospital São Tomé.