O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), evitou falar novamente com a imprensa sobre as denúncias de receber dinheiro de um lobbista para pagar contas pessoais. Indagado pelos jornalistas se ele abriria mão do cargo para se defender, o senador respondeu que não. “Não há nenhuma acusação contra mim”, afirmou.
“Já falei o que tinha que falar ao Senado e ao país”, disse se referindo a discurso feito na tarde de ontem ao plenário. Em pronunciamento, o presidente da casa negou que a construtora Mendes Júnior tenha sido responsável, até março do ano passado, pelo pagamento da pensão de uma filha que teve fora do casamento.
Renan afirmou ter reconhecido a paternidade da criança e ter feito o pagamento de R$ 3 mil em pensão desde o nascimento da criança. Após a comprovação da paternidade por teste genético, o senador disse que a pensão passou a ser descontada diretamente de sua folha de pagamento como senador. Também diz ter feito depósito de de R$ 100 mil em um fundo de investimentos em nome da filha, para custear sua educação futura. Na sexta-feira, também tinha divulgado nota oficial para negar as acusações.
Representantes do P-SOL se reuniram no Senado para discutir denúncias contra parlamentares e os documentos apresentados ontem (28) por Renan Calheiros. O partido decidiu que irá apresentar uma representação no Conselho de Ética contra o senador. “Temos que ver todos os documentos. Queremos examiná-los. Entendemos que há muitos pontos ainda não esclarecidos”, afirmou. “Não queremos a desgraça de ninguém, queremos a transparência na política brasileira”, completou.