A possível filiação do governador Pedro Taques, hoje vinculado ao PDT, no PSDB pode comprometer a aliança entre as duas legendas e fazer com que os pedetistas não estejam, durante as eleições municipais de 2016, no mesmo bloco formado no ano passado em prol de sua candidatura ao comando do Palácio Paiaguás. A afirmação é do presidente do PDT em Mato Grosso, o deputado estadual Zeca Viana, que não descarta a possibilidade de a legenda recorrer a medidas jurídicas, caso a decisão de Taques seja, de fato, por deixar o partido. O assunto, segundo o parlamentar, seria discutido em uma reunião da cúpula nacional prevista para ocorrer ontem no Rio de Janeiro.
Taques ainda não anunciou se vai mesmo se desfiliar do PDT e em qual partido poderia ingressar, se isso vier a ocorrer. Tem deixado, claro, no entanto, estar descontente em sua atual legenda e mostrado uma aproximação com os tucanos. Uma definição deve ser tornada pública ainda neste mês, segundo o governador.
O presidente do PSDB em Mato Grosso, deputado federal Nilson Leitão, pontua estar tranquilo quanto às afirmações de Zeca Viana e respeitar o pedetista, embora não acredite que os planos da legenda, de manter o bloco partidário unido, possam sair prejudicados. “A troca de partido é uma decisão do governador e qualquer partido gostaria de filiá-lo, mas o desejo de sair e para onde ir é dele”.
Acontece que, se de um lado o PDT vem se mostrando incomodado com a possível saída de Taques, de outro mais partidos do bloco, entre eles o PSB, também já fizeram convites para que ele se filie. O presidente da legenda socialista no Estado, o deputado federal Fábio Garcia, ao contrário de Zeca, todavia, sustenta que a aliança não será desfeita, independente de qual seja a decisão de Taques.
Assim como o tucano Nilson Leitão, Garcia pondera que, embora seja desejo do partido ter o governador no seu quadro de filiados e lideranças estaduais, a decisão sobre mudar ou não de sigla cabe a Taques e será respeitada entre os socialistas.
A exemplo do que já havia sido afirmado pelo próprio governador, o deputado estadual Zeca Viana reconhece que o desconforto de Taques dentro do PDT se deu por questões estaduais e não pela conjuntura nacional da legenda. O motivo citado por ambos foi o embate que tiveram durante o período eleitoral para a escolha do novo presidente da Assembleia Legislativa. Na época, Taques e Zeca ficaram em lados opostos quanto às candidaturas que estavam à disposição.