Com uma pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá já lançada – a do ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva – o PDT de Mato Grosso tem buscado uma aproximação com legendas como o PMDB e o PR para a composição de um bloco que pode perdurar até as eleições de 2018, quando estará vago, mais uma vez, o cargo de governador do Estado.
A afirmação é do presidente estadual da sigla, o deputado Zeca Viana, que diz já ter iniciado o diálogo com lideranças do PMDB e ter agendado um encontro com o presidente regional do PR, o senador Wellington Fagundes, para tratar do mesmo tema. “São os partidos rejeitados, então, vamos fazer o bloquinho dos excluídos. Quem sabe rende alguma coisa”, diz em tom de descontração.
Vetado pelo PSDB como um possível aliado na campanha à reeleição do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), o PMDB já se prepara na composição de uma frente partidária que lance candidatos próprios, não só na capital, mas nas principais cidades de Mato Grosso. O grupo, que reúne legendas como o PR, o PT, o PCdoB e o PMB, agora pode contar também com o PDT, que já tem um nome pronto para disputar o cargo de prefeito da capital.
De acordo com Zeca Viana, a intenção do partido é mesmo lançar Julier na disputa pelo comando do Palácio Alencastro. “Para ser ele o candidato agora só depende dele próprio”. Já a composição entre o PMDB e o PR, que vinha sendo considerada desde o ano passado, teria objetivos maiores: uma possível candidatura de Wellington Fagundes ao governo em 2018, embora o próprio senador venha negando essa tese.
Anteriormente em lados opostos, os dois partidos (PDT e PMDB) tem em comum o desejo, hoje praticamente descartado, de apoiar uma recondução de Mendes ao comando da capital. No PMDB, a hipótese foi deixada de lado depois do veto imposto pelo PSDB. No PDT, caiu por terra com a orientação da Executiva Nacional para que os diretórios buscassem candidatos próprios em todas as capitais, com a finalidade de fortalecer a legenda para uma futura disputa pela presidência da República.
Acontece que dentro do bloco que apoiou a candidatura do governador Pedro Taques (PSDB) em 2014, a tese de um veto a qualquer outra legenda não estaria sendo bem aceita. Em boa parte dos cerca de 10 partidos que vêm se articulando para manter o grupo unido, o entendimento é de que o contexto local de cada município deve prevalecer.Entre as lideranças do PSB, partido que teoricamente é o mais interessado no tema, o assunto ainda não teria sido discutido abertamente. Isso porque o próprio prefeito Mauro Mendes vem adiando um anúncio oficial sobre ser ou não candidato à reeleição. Apenas opiniões isoladas têm sido divulgadas.
Para o deputado estadual Max Russi (PSB), por exemplo, o veto a qualquer legenda é prejudicial. Já o deputado Oscar Bezerra (PSB) pondera entender os motivos apontados pelo PSDB para a medida, embora também concorde com o colega parlamentar de que, na política, aglutinar forças é sempre melhor do que dividi-las.