O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, Jayme Campos (DEM-MT), informou, hoje, que pediu à Advocacia da Casa que analise a representação dos partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade contra o senador Chico Rodrigues (DEM), flagrado com dinheiro na cueca. Como não há prazo para a manifestação dos advogados, o parlamentar mato-grossense sugeriu que o próprio colega pedisse uma licença.
“Se eu fosse ele (Rodrigues) eu pediria licença do cargo por 120 dias. Seria cavalheiro da parte dele e ninguém poderia acusá-lo de estar usando o cargo para interferir no conselho. Foi apenas uma sugestão. Cabe a ele tomar a decisão. Como presidente do Conselho de Ética, cabe a mim cumprir o rito processual, o que é minha obrigação”, disse Jayme Campos, conforme publicado pela Folha de São Paulo.
A representação por quebra de decoro já foi encaminhada por Campos à advocacia do Senado. Não há um prazo estipulado para emissão do parecer jurídico. Somente após essa manifestação, entretanto, é que Jayme irá decidir se aceita ou não a representação. Se entender pela continuidade, o processo será iniciado no conselho de ética da casa.
“O que aconteceu foi muito ruim, deixou muito senador constrangido. O próprio Chico deve estar constrangido. Mas, sobretudo, vou cumprir minha parte como presidente do conselho de ética e o que manda o regimento interno da casa”, afirmou o parlamentar mato-grossense.
Chico Rodrigues foi alvo da Operação Desvid-19, realizada pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) para investigar desvios de recursos públicos, provenientes de emendas parlamentares, que deveriam ser destinados ao combate da pandemia de covid-19. Durante uma operação de busca e apreensão em Boa Vista (RR), os agentes encontraram grande volume de dinheiro em espécie em posse do senador.
Logo após a operação, Chico Rodrigues pediu dispensa da função de vice-líder do governo Jair Bolsonaro no Senado. E, nesta segunda-feira, pediu dispensa do Conselho de Ética do Senado e também da comissão mista que acompanha as ações do governo contra a covid-19, da qual era suplente.