O presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran), Gian Carlo Castrilon, disse que a autarquia não é a responsável pelos constantes aumentos nas taxas de vários serviços que, quando sofrem reajuste “revoltam” milhares de usuários ao passo que a qualidade agilidade no atendimento não acompanham as elevações consideradas abusivas.
Ele garante que 80% dos pedidos de aumentos partem de Executivo, com aval dos deputados estaduais. Para ele, o Detran acaba sendo taxado de “vilão”, sem de fato ser. “A maioria dos aumentos partem de estudos técnicos que acontecem há vários governos. O Executivo manda uma mensagem para a Assembleia Legislativa, os deputados aprovam e o presidente do Detran só executa a lei”, explicou ele lembrando que a instituição presta serviços e faz investimentos para atender a população que tem custos.
Uma situação que exemplifica bem essa situação ocorreu em outubro de 2011, quando a Assembleia Legislativa aprovou e o governador sancionou aumentos que variavam de 29% a 300% nos valores das taxas e serviços oferecidos pelo Detran. A tabelas com os reajustes entraram em vigor em janeiro de 2012.
As declarações de Castrillon foram feitas durante a audiência pública promovida pela Câmara Municipal de Vereadores para debater o trânsito como um todo em Cuiabá. Gian participou do evento como convidado e foi questionado por vários participantes da audiência, por isso tratou de explicar como “as coisas funcionam”.
Mas ele aproveitou a oportunidade para ressaltar que a população não costuma fazer sua parte. Pontuou que geralmente, antes da aprovação de leis para aumentar as taxas dos serviços realizados pelo Detran, existem audiências públicas, mas o povo não participa. “É mais conveniente não participar e depois criticar. Acontece que quando as leis entram em vigor e ocorrem os reajustes, a população vem questionar e reclamar. Mas o momento de questionar foi lá atrás na audiência pública onde não houve participação popular”, ressaltou ele.
Outro fato comum no Detran de Mato Grosso, é usuários irem nas unidades da autarquia e ficarem um longo tempo nas filas para descobrir que o “sitema caiu, está fora do ar e sem previsão de ser restabelecido”. Esse fato também foi questionado na audiência. Participantes questionaram o porquê de as falhas sempre continuarem a cada ano, apesar do governo anunciar melhorias e investimentos no setor que na prática não acontecem.
Castrillon também enfatizou que a “culpa do sistema estar constantemente foram do ar não é do Detran” e sim do Centro de Processamentos de Dados do Estado (Cepromat). “Quem sustenta o sistema é o Cepromat e infelizmente esses problemas são rotineiros. Antes de ser presidente, eu também já era um dos insatisfeitos com esse sistema que não funciona. E hoje como presidente continuo insatisfeito, por isso travei uma briga com o Wilson Dentinho para solucionar essa questão”, disse Castrillon.
Ele garante que está sendo feito para o próximo semestre um investimento em links e material de informática para reduzir essas quedas. “Nessa gestão já reduziu bastante essas quedas do sistema e para o ano que vem com certeza vão reduzir mais ainda”, sustentou ele.
(Atualizada às 21h56)