A Polícia Federal prendeu hoje de manhã 35 pessoas em Alta Floresta, Paranaíta e Sinop acusadas de envolvimento em invasão de terras indígenas na reserva Kaiaby. Dentre os presos estão o presidente da Câmara de Panaíta, vereador Itagiba Justo, o engenheiro florestal Gilberto Pereira, que foi assessor de um deputado estadual, e o ex-superintendente do Ibama Jacob Kufner.
O delegado Eliomar Silva Pereira disse, hoje de manhã, ao Só Notícias, que
“trata-se de invasão de terras da reserva indígena Kaiaby que foram invadidas e griladas. Não fomos informados se há extração ilegal de madeira destas áreas e só no processo será possível obter mais detalhes”, explicou.
Cercade 40 mandados de prisão foram expedidos para serem cumpridos em Mato Grosso. Até agora, 35 já foram presas. O maior número de prisões ocorreu em Paranaíta 13. Em Alta Floresta foram 9 pessoas 6 em Apiacás, 3 em Cuiabá e 3 em outros Estados. Em Sinop, conforme Só Notícias já informou, a Polícia Federal prendeu uma mulher, logo ao amanhecer, acusada de ter supostamente comprado terras que seriam de reserva indígena. Os federais também procuram dois empresários do setor de recuperação de máquinas agrícolas, além de um engenheiro florestal. Eles foram nas empresas dos acusados, que não foram localizados, bem como em suas residências.
As ações da PF continuam. Elas acontecem em Cuiabá e cidades próximas das terras indígenas e nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Sergipe. Sabe-se apenas que entre os presos, segundo a PF, estão fazendeiros, grileiros e dois funcionários públicos. A PF informou que as terras indígenas estavam sendo exploradas de forma criminosa por essas pessoas. Entre os crimes ambientais que estariam ocorrendo nas terras indígenas Kayabi, Munduruku e Apiaká estão a destruição de florestas de preservação permanente e nativa, extração ilegal de madeira, além de grilagem de terras públicas.
Os presos serão indiciados pelos crimes de invasão com intenção de ocupar terras da União, destruição ou danificação de floresta considerada de preservação permanente, funcionamento sem autorização de estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, e, em alguns casos, por falsidade ideológica.
A investigação teve início em dezembro de 2005, após a solicitação de abertura de inquérito policial por parte do Ministério Público Federal. As prisões foram determinadas pela Justiça Federal em Cuiabá.
(Atualizada às 17:41hs)
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