O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT), Francisco Faiad, encaminhou à Procuradoria-geral de Justiça (PGJ) uma ofício em que solicita acesso livre por parte da defesa do prefeito eleito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (PMDB), a todos os procedimentos adotados pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o peemedebista.
Faiad alega que os advogados de Zé do Pátio reclamaram muito da falta de informações. Pátio é investigado por compra de votos após ser denunciado pela coligação do atual prefeito, Adilton Sachetti (PR), derrotado na disputa pela reeleição.
“Fizemos o nosso papel porque não está sendo respeitada uma prerrogativa dos advogados. Isso não pode ocorrer seja com qualquer candidato”, afirmou Faiad.
O presidente da Ordem ressaltou, no entanto, que o pedido visa a defesa dos dois candidatos e não apenas o grupo de Pátio. “Quem for limitado no exercício de sua função a gente vai defender e não vamos aceitar esse tipo de coisa, mas isso vale para quem for prejudicado e não a essa ou aquela pessoa. Esse é o papel da Ordem”, completou Faiad.
Em uma das investigações, o prefeito eleito Zé do Pátio foi denunciado formalmente na semana passada por compra de votos. Isso ocorreu depois dele criticar a suposta imparcialidade do MP. O esquema de compra de votos, segundo a denúncia, seria operado pelo assessor do peemedebista de nome Miguel Milani. José do Pátio derrotou o empresário Adilton Sachetti com pouco mais de 4 mil votos de frente.
Pátio chegou a divulgar uma nota à imprensa no início da semana na qual critica o envolvimento de setores do governo numa suposta armação contra a sua candidatura. Também levanta suspeita da imparcialidade do MP ao ressaltar a celeridade com a qual os promotores pediram a cassação do registro de sua candidatura.
Em entrevista ao jornal A Gazeta, o procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, rechaçou as acusações. Alega que o Ministério Público é uma instituição livre e não aceitaria pressão de quem quer que seja. Pátio chegou a liderar um protesto em frente à Promotoria em Rondonópolis. O episódio levou à mobilização do promotores eleitorais. “Não aceitamos coação de ninguém e se tiver que punir vamos punir, dentro da lei e da ordem”, cobra Paulo Prado.