Repercutiu mal uma entrevista cedida pelo secretário de Finanças de Alta Floresta, Julio Giacomim, que no início do mês de janeiro, através de sua assessoria, declarou que a Câmara Municipal precisava fazer um enxugamento em sua finanças. Apesar da entrevista ter ocorrido no início do mês, o presidente da Câmara, Luis Carlos Queiroz só agora se posicionou com relação ao tema, dizendo que a Câmara não é um órgão arrecadador e que trabalha dentro de um orçamento que é estipulado por Lei. “O secretário de Finanças não entendeu que a Câmara Municipal não é um órgão arrecadador. Então, aquilo que é de direito da Câmara Municipal, logicamente que a gente investe dentro do Poder Legislativo, com contratação de funcionários, com melhoria do atendimento ao público”, disse, lembrando que, após a construção do novo plenário, foi necessária a construção dos gabinetes para vereadores. “Houve vários investimentos na Câmara Municipal dentro daquilo que é legal, dentro do duodécimo legal”, afirma.
Queiroz fez questão de lembrar que o ano de 2005 foi muito tumultuado na questão dos repasses ao Legislativo Municipal, sendo que a prefeitura, no primeiro semestre, respeitou as datas e valores, mas, no segundo semestre não manteve a mesma regularidade. Nas contas apresentadas pelo presidente da Câmara, a prefeitura deixou de passar em 2005 seis repasses de R$ 19.500,00, o que totaliza R$ 117.000,00 no período. Luis Carlos explicou que essa diferença foi fruto de um acordo firmado no primeiro semestre de que a prefeitura iria repassar 20% a menos, mas que até o final do ano o valor seria recuperado. “Tanto que nós não fizemos investimentos até março (..) era pra retornar esse dinheiro no segundo semestre quando nós construímos os gabinetes dos vereadores, mas infelizmente isso não aconteceu”, afirma.
“Eu gostaria de dizer ao companheiro Julio que, como secretário de Finanças da prefeitura, ele tem que cuidar das finanças da prefeitura. Eu acho que do Poder Legislativo já existe 9 vereadores. Acho que os poderes têm que ser harmônicos entre si, mas são poderes independentes. O secretário de finanças tem que se preocupar naquilo que é legal e o duodécimo da Câmara é legal”, reclama, avisando que a partir deste ano, a Câmara municipal irá tomar todas as providências necessárias para garantir a manutenção da regularidade dos repasses, apesar de reconhecer que o repasse de janeiro já não cumpriu as exigências legais, uma vez que o repasse que era para ser realizado no dia 20 foi encaminhado atrasado e ainda por cima incompleto. “A Câmara Municipal não é igual a prefeitura, que tem outros orçamentos. A câmara não”, disse. “Eu espero que neste ano de 2006 o Poder Legislativo seja mais respeitado”, finaliza.