O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga (PSD), rebateu as afirmações do vice-governador, Carlos Fávaro, de que estaria “insuflando” prefeitos contra o governo Pedro Taques (PSDB) no que se refere às discussões sobre a implantação do novo Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab). “Minhas críticas não são direcionadas ao governo. Represento os municípios e cabe a mim questionar as coisas que não concordamos”, afirmou, ao Só Notícias.
Fraga também se disse tranquilo sobre a afirmativa de que deveria deixar o PSD, partido comandado por Fávaro, em razão das críticas. Em tom amistoso, ele prometeu uma conversa com o vice-governador para explicar eventuais dúvidas sobre o posicionamento em relação ao Fethab. “Não vejo motivo (para ser expulso da sigla). Estou discutindo uma ideia que entendo ser justa para os municípios. Todos os questionamentos são muito bem fundamentados, baseados em números e dados. Vou procurar a executiva para esclarecer qualquer dúvida”, explicou, complementando que, “por mim, o assunto está superado”.
Conforme Só Notícias já informou, a executiva estadual do PSD prometeu providências contra Neurilan, caso este não parasse de insuflar prefeitos, sobretudo os da oposição. Fávaro questionou a forma utilizada por Neurilan para questionar a proposta do Fethab formatada pelo Executivo. “Os aliados devem vir ao Palácio Paiaguás e apresentar suas queixas, reclamações e reivindicações. Quem faz isso para a imprensa, joga para a torcida, é a oposição”.
Fávaro destacou que a postura de Neurilan é pontuada por críticas sem fundamento, uma vez que há o compromisso da atual gestão em manter inalterados os valores mínimos a serem repassados aos municípios, com base nas transferências feitas atualmente. Esta garantia, explicou, já foi dada pelos secretários que formataram o projeto e pelo próprio governador. “Mesmo assim, ele pegou esta bandeira, dizendo que um golpe está sendo preparado. Isso não é postura de integrante da base”.
O vice-governador cobrou lealdade de seus correligionários, deixando claro que há espaço para discordância, desde que ela seja feita internamente. “Ele não precisa ‘jogar confetes’ o tempo todo na gestão, mas também não aceitamos críticas infundadas. Se é para fazer oposição, como ele tem agido, Neurilan não precisa ficar no partido, pode seguir o rumo dele”.
Com sete pontos de mudança, o projeto do novo Fethab foi encaminhado no último dia 10 em regime de urgência para ser apreciado pela Assembleia Legislativa. Pela proposta, os valores arrecadados com as commodities agrícolas, como milho, soja, algodão e gado, serão aplicados exclusivamente em infraestrutura pelo Estado. Já no caso do óleo diesel, metade fica com o Executivo para aplicação em projetos de desenvolvimento regional e a outra metade será repassada aos 141 municípios.