Prefeitos dos municípios que compoem o consórcio do Vale do Teles Pires – CDVAT – propuseram a realização de uma audiência pública que envolva o setor madeireiro, políticos da região, Ibama, Sema, e senadores da bancada mato-grossense, para discutir as ações ambientais de repressão que são desenvolvidas contra o setor. “Passando a vinda do governador, na outra semanana nós vamos estar agendando a vinda do senador Jayme Campos, a senadora Serys e de todos os deputados estaduais e federais”, propôs o prefeito de Paranaíta e presidente do consórcio , Pedro Alcântara.
Os prefeitos também vão propor uma paralização de um dia em todos os seis municípios, em todo o comércio, para tentar reforçar a proposta e apresentar ao Ibama e autoridades políticas que algumas ações desenvolvidas na região estariam carregadas de arbitrariedades. Dois fatos ocorridos na mais rescente ação do Ibama, há menos de um mês, chamaram a atenção. Um pequeno produtor da divisa entre os municípios de Carlinda e Novo Mundo reclamou da ação de um fiscal e chegou a perguntar se o Ibama não queria esvaziar a região com as seguidas investidas contra o setor produtivo. “É isso mesmo que a gente quer, que vocês saiam daqui”, teria dito o fiscal.
O outro caso envolveu um motorista de caminhão que atua em Paranaíta. Ele teve seu veículo apreendido, mesmo sem estar carregado. “É uma das serrarias mais organizadas do nosso município, inclusive com manejo e foi preso o caminhão e o motorista ainda foi chamado de vagabundo. Essa pessoa também vai estar na audiência”, reclamou o presidente. “Se o governo federal quer que regularize, ele que dê tempo para o madeireiro, para o pequeno produtor e eles que invistam, como o Paraná fez na questão do pinho e do eucalipto”, confronta Alcântara, revelando ações políticas desenvolvidas na região Sul do país onde a política de fixação do homem no campo inclui incentivos para replantio, reflorestamento e manejo sustentado.
Segundo ele, ainda não há data para a realização da audiência pública, mas deve defini-la na próxima semana. “Esta questão do Ibama é uma questão séria, quando eles estão na região o povo fica amedrontado, os municípios nossos praticamente páram, então o que é que nós queremos, nós queremos é nos organizar e esta audiência será muito importante”, reafirma.
Outro lado
O Ibama do município alega que está cumprindo a lei e não recebeu denúncias de possíveis irregularidades, apenas reclamações dos altos valores de multas.