O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), voltou a atribuir ao interior de Mato Grosso o caos na saúde da capital em decorrência da pandemia do novo Coronavírus. Hoje de manhã, em entrevista à CNN Brasil, ele disse que faltou implantação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) nas cidades interioranas e que, por consequência, os pacientes precisam ser atendidos em Cuiabá, onde tem mais estrutura. Em seguida, o gestor divulgou dizendo que 76% dos casos positivos da Covid-19 em Mato Grosso são de outras cidades.
“A interiorização do vírus aqui em Mato Grosso eu já vinha anunciando há muito tempo. Há uma desestruturação do sistema de saúde no interior do estado. Não se preparou leitos de UTI exclusivos para Covid-19 no interior do estado e a população migra desesperadamente para a capital, que é o sustentáculo da saúde de todo o estado de Mato Grosso. E com essa desestruturação no interior, o vírus vem interiorizando com uma força e uma velocidade muito grande”, afirmou à CNN Brasil, também reclamando do lockdown judicial imposto em Cuiabá. “É injusto querer trancar a população cuiabana em casa e abrir o estado inteiro. Tenho lutado muito contra isso”, completou.
Logo após a entrevista, a prefeitura de Cuiabá divulgou nota com dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde referente à semana 27 (de 28 de junho a 4 de julho) apontando que “a região metropolitana de Mato Grosso corresponde a 24% dos casos confirmados de Covid-19 no estado, enquanto o interior representa 76% do total de infectados pelo novo Coronavírus”.
A prefeitura ressaltou ainda que dados da semana 13 (22 a 28 de março), a região metropolitana representava 77% dos casos confirmados de Covid-19 no estado, enquanto o interior tinha 23% dos casos.
Essa relação comparativa foi se equilibrando ao longo das Semanas Epidemiológicas 15 a 19, segundo o levantamento feito pela prefeitura de Cuiabá. A partir da Semana Epidemiológica 20 (de 10 a 16 de maio), a balança começou a pender para o interior, com 63% dos casos confirmados da doença. Desde então, aponta a proporção só vem aumentando, chegando atualmente ao patamar de 76%.