Prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), determinou ao secretário municipal de Obras Públicas, Marcelo Oliveira (PSB), a suspensão de todas as obras de recapeamento e pavimentação asfáltica do programa Poeira Zero. Oliveira encaminhou uma ordem de paralisação a todas as obras do programa. "Fazer obra nesse momento significa fazer obra sem qualidade. Não se faz obra de asfalto nesse momento. Elas foram suspensas e serão verificadas sobre o aspecto do cumprimento da legalidade", explicou o prefeito.
Durante a campanha, Mendes prometeu dar continuidade ao programa, tido como uma das principais ações da gestão Chico Galindo (PTB). Conforme ao prefeito, a decisão de suspensão deve-se exclusivamente ao período de chuvas. O secretário faz questão de tranquilizar a população dizendo que as obras serão retomadas assim que as chuvas estiverem em menor incidência. A previsão é de que elas sejam reiniciadas a partir de março.
Contudo, Mendes ponderou que durante a paralisação das obras os contratos serão verificados e os atos que necessitarem de nova assinatura de ordem de serviço serão avaliados criteriosamente pelo Município.
Segundo Oliveira, as obras do programa são custeadas com recursos próprios do município e algumas notas já estão empenhadas, com a execução garantida. De acordo com ele, tudo aquilo que foi licitado, será cumprido. Lançado há cerca de um ano, o programa conta com obras de drenagem e pavimentação asfáltica de 52 bairros da capital. Dividido em três etapas, o Poeira Zero é executado por várias empresas.
No entanto, ao assumir a gestão, Mendes se surpreendeu com a situação financeira da prefeitura. Ele solicitou a todos os secretários que fizessem um levantamento dos contratos realizados e notas empenhadas. Até o momento, o prefeito já identificou uma dívida de aproximadamente R$ 50 milhões somente nos contratos da Secretaria Municipal de Obras Públicas.
Ao todo, o programa está estimado em aproximadamente R$ 297,145 milhões com objetivo de pavimentação de 158,8 quilômetros de ruas. Conforme o secretário, neste início de gestão ainda não foi possível identificar o percentual de obras já concluídas, mas ele ressalva que nenhum dos bairros teve 100% das ações finalizadas.
A primeira ordem de serviço, para a realização das obras em 24 bairros foi assinada em 24 de janeiro de 2012. Antes de encerrar seu mandato, Galindo reconheceu que o programa não seria concluído até o final de sua gestão, mas solicitou a Mendes, durante a elaboração da Lei de Orçamento Anual atenção especial à manutenção do Poeira Zero. Além da arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o petebista planejava custear as obras com recursos da concessão dos serviços de água e tratamento de esgoto à CAB Cuiabá.