O prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos, jura de pés juntos que é inocente da acusação, que gerou sua cassação do cargo e perda de direitos políticos por oito anos. Em nota sintética a imprensa, ele tenta "tranqüilizar a população" e esclarece que continua no exercício do cargo e que a determinação de afastamento "oferece recurso". Segundo a nota, Murilo só deixa a prefeitura após o processo transitar em julgado – isto é estiver vencido todas as etapas.
"Com a certeza de que a justiça será feita e seus direitos políticos serão prontamente restaurados, após a análise dos recursos a serem protocolados por seus defensores, o prefeito Murilo Domingos se mantém tranqüilo e segue sua rotina normalmente" – diz a nota,sem maiores comentários sobre o caso.
Murilo foi afastado por conta de usar empresa de fachada João Só para beneficiar a Casa Domingos – empresa da família. Na época o irmão do prefeito, Toninho Domingos era secretário de Fazenda do município. O esquema envolve ainda a ex-contadora da Casa Domingos, Sirlene Fagundes de Freitas.
O pedido de afastamento do prefeito foi feito pelo Ministério Público Estadual (MPE). A decisão foi do juiz Gonçalo Antunes de Barros Neto, em substituição na 1° Vara da Fazenda Pública do Município. Nessa ação, o MPE aponta fraude na compra de merenda escolar feita de uma empresa de fachada, que na verdade teria beneficiado a empresa do prefeito e de sua família. Nesse caso, o prejuízo calculado é de R$ 72.159.25. O processo se arrasta desde 2005.
Murilo Domingos já acumulava em seu currículo seis processos de improbidade administrativa por fraudes licitatórias, além dos dois pedidos de afastamento – sendo o último deles enviado pelo promotor do Ministério Público Comarca de Várzea Grande, Tiago Souza. O MPE aponta um prejuízo de R$ 1,7 milhão aos cofres da cidade causado pela gestão de Domingos.