O prefeito Luiz Binotti (PSD) fez duras críticas durante uma entrevista coletiva, esta manhã, aos envolvidos na invasão das casas em construção no Residencial Vida Nova, localizado no bairro Jaime Seiti Fujji. Cerca de 70 pessoas entraram nos imóveis sem autorização da prefeitura e da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, no dia 29 do mês passado.
“Não compactuamos com invasões. Isso só gera problemas e traz atrasos para a obra. Não compactuamos com este tipo de situação. Não adianta fazer coisas ilegais. Não trará resultado positivo. Houve até indícios de incentivos para que ocorresse esta invasão. Essas pessoas terão que responder agora pelo seus atos. A prefeitura não tem interesse nenhum de incentivar invasão de casas. Estamos trabalhando para retomar a construção de 350 casas, que uma construtora não conseguiu terminar. Estamos trabalhando na documentação para construir outras 313 casas na Reserva das Araras, que é mais um projeto habitacional. A previsão é a de que as obras iniciem ainda este ano”.
De acordo com secretária de Assistência Social e Habitação, Márcia Bergmann, existe um processo burocrático exigido pela Caixa Econômica Federal e que precisa ser seguido pelo conselho de habitação da prefeitura. “Estamos acompanhando todo o processo de seleção até chegarmos na entrega das casas. O processo de cadastramento estava ocorrendo na prefeitura e no final do ano foi feito uma pré-seleção dessas famílias. O que ocorreu é que, além das 350 famílias pré-selecionadas, o conselho precisa fazer cadastro reserva de outras 105 famílias, que é uma exigência da Caixa Econômica Federal. Agora estamos finalizando o restante do cadastro de reserva. As pessoas precisam entender que é necessário seguir o processo correto de cadastro e seleção”.
Segundo o proprietário da empresa responsável pela construção das casas, Felipe Bigolin, houve uma notificação judicial aos invasores para desocuparem. “Após a invasão, juntamente com jurídico da Caixa, solicitamos uma liminar e fomos atendidos. O oficial de justiça notificou as pessoas para que elas saíssem do local. A obra já foi retomada assim que houve a desocupação. Tiveram alguns danos nas portas, que foram arrombadas. Ainda no primeiro semestre a obra será entregue”.
Conforme Só Notícias já informou, as unidades começaram a ser construídas ainda na gestão passada [do prefeito Otaviano Pivetta], através do programa do governo federal “Minha Casa Minha Vida”. O projeto original previa 700 moradias, porém, até o momento, apenas 350 foram construídas. No entanto, estas também não foram terminadas. Um dos problemas foi a falta de repasse de recursos por parte do governo federal, o que inviabilizou as obras.
As famílias decidiram invadir as casas após a polêmica criada sobre uma lista que foi elaborada pela gestão passada e que continha os nomes de possíveis moradores. Esta lista foi divulgada pelo atual vice-prefeito Silvio Favaro em sua página em uma rede social, sem a análise e apresentação oficial da atual administração municipal junto à Caixa Econômica Federal. A divulgação acabou por encorajar as pessoas a invadirem o local.