O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) disse, esta manhã, que vai recorrer junto ao Tribunal de Justiça da decisão liminar do juiz da Vara Especializada da Saúde Pública, José Luiz Lindote, que determinou quarentena coletiva obrigatória em Cuiabá e Várzea Grande a partir de quinta-feira (25) em decorrência dos altos índices de contaminação da população com o novo Coronavírus. A decisão do gestor cuiabano foi tomada diante da impossibilidade de o governo do Estado aplicar o lockdown em todo Mato Grosso, como já defendia Pinheiro.
“Se é para fazer lockdown, que se faça no Estado inteiro. Hoje Cuiabá tem 26% dos casos confirmados de Covid-19 no Estado. Já fomos 66%. E é claro que eu vou recorrer para defender a população cuiabana. Vou entrar com uma medida prioritária, o que dá tempo, sim, de ser julgado antes de começar a valer o que foi decidido pelo juiz Lindote”, afirmou o prefeito em entrevista à Mega FM.
Pinheiro disse que a capital e a vizinha Várzea Grande cumpriram com suas obrigações desde o princípio da pandemia e que agora pagam o “pato” por causa do interior, que envia pacientes para tratamento na grande Cuiabá, estressando o sistema de saúde local. “Nós não podemos permitir que Cuiabá pague o pato pelo que os outros municípios do interior não fizeram. A falta de leitos das cidades do interior é gritante e, com isso, eles são obrigados a serem atendidos aqui. Isso é uma violência contra Cuiabá. O resultado será fechar comércio e o desemprego vai avançar. A população não vai ter dinheiro para comprar alimento e produtos de higiene e eu não posso deixar isso acontecer. Se é para fazer lockdown, que faça no estado inteiro”, reforçou Emanuel.
O posicionamento de Pinheiro foi criticado pelo secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, que apesar de concordar com o lockdown em outras cidades, disse não ser viável o fechamento total de Mato Grosso. “Eu concordo que todos os municípios que chegaram na mesma categoria de Cuiabá e Várzea Grande precisam adotar medidas idênticas. Não há justificativa para que um município que atingiu um número muito alto de risco não tenha as decisões tomadas iguais às que foram tomadas na grande Cuiabá. Porém, não concordo com a tese de que precisam ser a mesma medida no estado todo. Nós vamos promover a quarentena total em município que não tem nenhum caso? Aonde o prefeito, com competência, adotou as medidas necessárias?”, questionou Figueiredo, esta manhã.