Mesmo sem uma convocação aprovada pelos vereadores de Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) disse que deve avaliar se irá ou não prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI do Paletó, instaurada na câmara no ano passado para apurar possível quebra de decoro do gestor, filmado recebendo maços de dinheiro de um suposto mensalinho pago aos deputados estaduais durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.
“Eu vou decidir mais para frente e estou conversando com meus advogados com tranquilidade e sem nenhuma preocupação, até porque não quero atrapalhar o trabalho da Câmara. Meu foco é provar que não tenho nada a ver com isso, com o que foi colocado e dito em relação a mim”, disse o prefeito.
O vídeo que mostra Emanuel e outros deputados da época está anexado à delação de Silval Barbosa. O exgovernador afirma que os parlamentares recebiam o dinheiro para não “atrapalhar” a gestão. Com o vazamento das imagens, vereadores de oposição apresentaram o requerimento pela criação da CPI.
Após a nona assinatura ao pedido de investigação ser conquistada, vereadores da situação resolveram também assinar o documento e, com isso, dois vereadores da base se tornaram membros da Comissão: Mário Nadaf (PV) e Adevair Cabral (PSDB), este segundo como relator dos trabalhos.
Presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (PSB) até tentou convidar o prefeito para prestar esclarecimentos, porém, os outros dois membros conseguiram anular a convocação, alegando que o parlamentar teria decidido isso de forma isolada e monocrática. Entre os depoimentos aprovados estão o de Silval e de seu ex-chefe de gabinete, Sílvio César de Araújo.