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Prefeita foi alvo de críticas por buscar ajuda

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Durante os 14 dias em que foi obrigada a ficar ausente de Rondolândia por questões de segurança, a prefeita Bett Sabah Marinho da Silva (PT) foi alvo de várias críticas de pessoas que tentaram associar o caso a questões partidárias. Vereadores da oposição falaram até em cassar o mandato da gestora alegando que se ela não retornasse ao município, seria alvo de um processo de cassação de mandato. Outras pessoas, segundo a petista, a criticavam insinuando “quem mata não manda aviso antes”. Outros diziam que ela deveria contratar “pistoleiros e matar quem a ameaçava”.

Diante de ameças de morte e ao saber que sua “cabeça” estaria valendo R$ 130 mil, cujas armas para matá-la já estariam compradas, a prefeita mudou os filhos de cidade e foi para Brasília no dia 17 de fevereiro em busca de proteção já que as ameaças não eram investigadas pela Polícia de Mato Grosso. Depois de toda a repercussão em Brasília e o destaque que o assunto ganhou na imprensa nacional, o governador Silval Barbosa (PMDB) foi acionado e obrigado a cobrar empenho da Polícia Civil para investigar e solucionar o caso. Foi então que se concluiu que eram falsas as ameaças, todas inventadas por um homem que pretendia se aproximar da gestora para conseguir dinheiro ou emprego.

Essas especulações, segundo a prefeita, aliada ao fato de que alguns sites locais tentavam levar o assunto para questões envolvendo o PT, a magoram muito. “A gente tem exemplos de prefeitos de diferentes partidos que foram mortos e outros que foram ameaçados. Isso não tem nada a ver com questões partidárias”, ressalta ela explicando que também não é bandida para contratar pistoleiros. “Não sou criminosa para contratar pistoleiro e fazer justiça com minhas mãos”, lamenta ela sobre os “comentários maldosos”.

Outra crítica da prefeita é com relação à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) que nunca mandou investigar as ameaças que ela vinha sofrendo há 10 meses, apesar de ter registrado boletim de ocorrência e a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) ter enviado ofícios ao secretário Alexandre Bustamente dos Santos pedindo que investigasse a origem das ameaças.

“Temos chefes do Executivo em 3 esferas, mas no caso do governador e da presidente, ambos têm escolta e segurança o tempo todo enquanto os prefeitos que estão na ponta, diretamente em contato com a população em municípios afastados e sem efetivo policial suficiente, ficam vulneráveis, precisam enfrentar tudo com a cara e a coragem”, desabafa.

Ela não citou nomes dos vereadores que chegaram a falar em cassar seu mandato. Mas deixa claro que só foi obrigada a deixar a cidade porque não podia continuar sendo ameaçada e ficar sem saber de onde vinham. “Fui para Brasília somente para pedir que fosse investigada as origens das ameaças. Fui em busca de proteção para a população de Rondolândia que só conta com 3 policiais militares. Estamos a 1.200 quilômetros de Cuiabá na divisa com outro Estado e não temos delegado, juiz e nem Ministério Público em nosso município. Então eu não podia continuar convivendo com alguém me ameaçando e a Polícia parada sem investigar”, ressalta.

Bett Sabah disse ser inadmissível que um prefeito, independente de partido ou cidade, ser ameaçado por cumprir sua função para qual foi eleito democraticamente. “Um gestor é ameaçado porque contraria algum interesse. Quando isso acontece a gente não pode ficar esperando o pior acontecer”, justifica sua ida para Brasília. Foi a repercussão do fato na capital federal e na imprensa que obrigou o Estado a dar uma resposta e investigar o caso. “Não precisaria de nada disso, poderia ter sido evitado, minimizado, se quando eu registrei o boletim de ocorrência, tivessem investigado as ameaças. Foi horrível tudo o que passei, resume a prefeita”.

Ela disse ainda que vai solicitar à Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) que amplie o assunto com debates em todo o Estado para relatar a insegurança que prefeitos vivem ao desempenharem suas funções, enquanto chefes do Poder Executivo. “E os outros prefeitos que também foram ameaçados no ano passado, será que houve investigação, o que aconteceu?”, indaga ao lembrar ainda dos 2 prefeitos assassinados em 2011.

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