A prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PR), disse, há pouco, em entrevista coletiva, que é grave a situação de superlotação de pacientes que estão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e que precisam ser transferidos para o Hospital Regional. De acordo com a gestora, ao menos 10 pessoas estão em estado extremamente grave, algumas infartadas, precisado passar por procedimento cirúrgico e uma criança com meningite, que precisa de tratamento intensivo.
“Queremos que resolva o mais rápido possível o atendimento. Nós estamos com muitos pacientes internados. Precisam de atendimento especializado. Toda equipe está fazendo o máximo, mas sabemos que eles precisam de cirurgias. Não podemos mais. Estamos pedindo essa solução, mas está demorando muito. Procuramos ajuda com o Ministério Público para que resolva o mais rápido possível. As pessoas não escolhem quando ficam doentes. Precisamos atender os pacientes de Sinop, mas a UPA é limitada. É um local de transição e não há condições de fazer cirurgias”, afirmou a prefeita.
Martinelli reconheceu que o governo de Mauro Mendes (DEM) está há pouco tempo administrando o Estado, mas o problema de superlotação na UPA já é antigo. “Nós estamos há dois anos com essa superlotação na UPA. A população não merece o que está acontecendo. Essa não é a primeira vez que notificamos o Estado. Como gestor público, sabemos das nossas responsabilidades. Precisamos da ajuda do Estado que tem essa obrigatoriedade da média e alta complexibilidade para que contrate médicos, enfermeiros que estão faltando no hospital regional para que a população de Sinop e região sejam atendidas. Nós somos polo regional, mas precisamos de uma solução mais rápida, que volte a atender em sua normalidade”.
Conforme Só Notícias já informou, a secretaria municipal de Saúde notificou, ontem, a secretaria estadual de Saúde e o Hospital Regional para que adotem medidas imediatas no sentido de transferir os pacientes já regulados e que continuam internados na UPA. De acordo com o município, a média é de 50 pacientes internados diariamente com quadros considerados extremamente graves.
Em um trecho da notificação o secretário municipal de Saúde, Gerson Danzer apontou que “a UPA vem enfrentando sérias dificuldades na liberação de pacientes considerados graves e que necessitam de procedimentos de alta complexidade. É uma unidade de estabilização, ou seja, a gente recebe o paciente e regulamos para o hospital de referência que seria o regional. Hoje temos crianças internadas de outros município e pacientes entubados, respirando mecanicamente e aguardando vagas. Sinop atende todo o polo regional de Saúde, que abrange mais de 30 municípios. Temos um caso de uma criança indígena com suspeita de meningite aguardando vaga de UTI, entre outros casos”.
A UPA é atualmente administrada pela Organização Social de Saúde Instituto Vida, que também oficiou o município quanto a alta demanda de casos graves internados na unidade. Ainda segundo o secretário, mensalmente o município investe R$ 1,3 milhão na UPA. Deste valor, R$ 227,5 mil são do Ministério da Saúde e R$ 115,7 mil da Secretaria de Estado e de Saúde e o restante é custeado pela prefeitura de Sinop.
“Queremos resolver o problema tanto que sempre disponibilizamos medicamentos, suporte com ambulâncias, até médicos em casos de urgência e emergência, mas chegamos no limite”, finalizou Danzer, por meio da assessoria, anteriormente.