O procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, em entrevista, há pouco, saiu em defesa do Ministério Público Estadual e rechaçou qualquer tentativa de intimidação aos membros da instituição. Ele esclareceu que a lista apresentada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal contendo nomes de procuradores e promotores que, supostamente teria sido apreendida em mandado de busca e apreensão na residência do ex-secretário de Fazenda Éder Moraes, refere-se a pagamentos de cartas de créditos de origem lícita.
“Não posso admitir que pessoas sérias que trabalham no Ministério Público há mais de 20 anos, em defesa da sociedade mato-grossense, tenham seus nomes, de forma leviana e irresponsável, jogados na lama. Não vou permitir que o Ministério Público seja tachado como uma instituição criminosa”, afirmou o procurador-geral de Justiça.
Prado explicou que as cartas de crédito foram pagas aos procuradores e promotores que possuíam direitos trabalhistas. As negociações foram feitas com deságios de mais de 25% e o pagamento foi parcelado em 12 vezes, sem correção monetária. “Cada membro, cujo nome foi colocado nessa lista, tinha direitos trabalhistas a receber e como o Estado não tinha condições de pagar, recorremos ao mercado, tivemos prejuízos, e agora ainda somos tachados de criminosos”.
O procurador-geral de Justiça aproveitou a oportunidade para dirimir eventuais dúvidas a respeito do mandado de busca e apreensão cumprido na sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), na terça-feira passada. Destacou que ainda não teve acesso às investigações, mas que internamente a instituição já adotou as providências necessárias para garantir imparcialidade e transparência na apuração dos fatos.
“Deferi o pedido de afastamento efetuado pelo promotor de Justiça do Gaeco, citado nas investigações e a Corregedoria Geral do Ministério Público também instaurou procedimento para apuração dos fatos. Essas medidas visam assegurar imparcialidade e transparência no decorrer das investigações”, afirmou.
Durante a quinta fase da operação Ararath, a Polícia Federal apreendeu vários documentos e em um deles havia uma planilha contendo o nome de 47 membros do Ministério Público Estadual, inclusive o próprio procurador-geral, como possíveis beneficiados do esquema de fraudulento de desvio de recursos públicos supostamente montado pelo ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, e o empresário Júnior Mendonça.