O diretório estadual do Partido da República (PR) não deve tomar nenhuma medida disciplinar, neste momento, contra os vereadores em Sorriso (Chagas Abrantes e Roseane Marques) que foram presos acusados de pedir propina ao prefeito Chicão Bedin (PMDB) em troca de apoio político. Ao Só Notícias, a assessoria do presidente regional do partido, deputado federal Wellington Fagundes, informou que o diretório estadual só pode se manifestar “quando provocado pelo diretório municipal. No caso de Sorriso, o regional não foi provocado para se posicionar”.
Só Notícias tentou entrar em contato por diversas vezes com membros do partido em Sorriso para falar sobre o assunto. No entanto, até o fechamento desta reportagem não obteve uma resposta. O presidente da sigla no município, Edilberto de Borges Souza, conhecido como “Betão”, não foi encontrado para comentar o assunto.
Apesar de necessitar de uma “provocação” como ressaltou a assessoria do diretório estadual, o Código de Ética do partido registra que a conduta errônea dos políticos detentores de cargo público pode ser acabar em punição. O documento, em seu capítulo 3, aponta que “utilizar cargo, função ou mandato público, para auferir indevidamente lucros em seu próprio benefício ou vantagens financeiras ou comerciais” é infração ética.
No mesmo documento, caso o filiado tenha alguma conduta irregular, há vários níveis de punições. Esta pode variar entre advertência reservada; advertência pública; suspensão por três a 12 meses; cancelamento do respectivo registro de candidatura, caso seja candidato a cargo eletivo; destituição da função em órgão partidário; e até expulsão do partido.
Só Notícias tentou, durante uma semana, contato com o presidente regional do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, para comentar o assunto, já que o vereador Gerson Frâncio, o “Jaburu”, é filiado ao partido. O parlamentar não atendeu e nem retornou as ligações. A assessoria de imprensa do presidente também não deu uma resposta as solicitações.
Conforme Só Notícias já informou, Chagas, Jaburu e Roseane foram presos no dia 17, por ordem judicial, sob acusação do Ministério Público Estadual. Chagas Abrantes pediu licença de suas funções no legislativo sorrisense por 30 dias. Jaburu pediu licença por 60 dias. A Câmara de Sorriso aprovou, na semana passada, acordo para criar uma comissão para investigar a possível quebra de decoro por parte dos três legisladores.
Em entrevistas exclusivas, Chagas e Jaburu negam as acusações. Chagas chegou a afirmar que se forem comprovadas as acusações, ele renuncia ao seu mandato. Enquanto Jaburu descarta a possibilidade de renúncia e afirma que as gravações são ilícitas. Roseane ainda não se pronunciou.
(Atualizada às 10:11h)