O PPS decidiu barrar o reingresso na legenda de parlamentares eleitos e não eleitos (suplentes) em 2004 e 2006 na chapa da sigla e que mudaram de partido. Muitos deles, temendo a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que o mandato é do partido e não do eleito, estão tentando retornar ao PPS. Os eleitos buscam garantir a permanência nos mandatos e os suplentes “estão de olho” na possibilidade de assumirem as vagas dos que correm o risco de perder a cadeira legislativa. “A medida visa bloquear o ingresso no partido de políticos já reconhecidamente oportunistas de ocasião, que não tem compromisso com o programa do PPS e mudam de legenda de acordo com vantagens pessoais”, afirma o secretário-geral do partido, o ex-deputado federal Rubens Bueno.
A medida tomada pelo partido – frisa Bueno, vai ao encontro de um novo momento da vida político-partidária do país, onde a questão da ética, do fortalecimento das legendas e do compromisso com a sociedade está em primeiro plano. “A decisão tomada pelo TSE na questão dos mandatos é moralizadora. Por isso, precisa ser apoiada em todos os sentidos e os partidos tem um papel importante nesse caminho. O PPS está fazendo a sua parte para evitar o troca-troca e a transformação de partidos em verdadeiras barrigas de aluguel como estamos assistindo no governo Lula”, disse Bueno, numa referência ao inchaço do PR na Câmara dos Deputados.
A resolução da Executiva Nacional do PPS, assinada pelo presidente Roberto Freire, foi encaminhada a todos os diretórios regionais e municipais do partido. “Os municípios devem consultar os diretórios regionais antes de confirmarem qualquer filiação desse tipo”, ressalta Bueno. A medida adotada pelo PPS visa fortalecer os quadros verdadeiramente compromissados com o partido e está alicerçada no planejamento estratégico da legenda para 2007/2008 que prevê a formação política dos filiados, a formação de chapas fortes para disputar as eleições municipais de 2008 e a construção de um novo projeto para o país visando a dipsuta eleitoral de 2010. “Não nos interessa, portanto, abrigar oportunistas na legenda”, frisou Rubens Bueno.
Muitos políticos que deixaram a legenda estavam “de olho em benesses” oferecidas por governos federal, estaduais e municipais, onde o PPS está na oposição. Na Câmara dos deputados, por exemplo, oito dos 22 parlamentares eleitos pela legenda embarcaram em partidos da base de Lula. Porém, em setembro, quando vencerá o prazo de filiação para a disputa do pleito municipal de 2008, muitos deles se preparam para bater à porta do PPS de olho no tempo de televisão da legenda (que agora é igual ao do PT, PMDB, PSDB e DEM) e na força das chapas da legenda em vários estados. “Isso nós não vamos permitir”, frisou o secretário-geral do partido.