O PPS, partido do governador Blairo Maggi e de vários prefeitos do Nortão como Dilceu Rossato (Sorriso), Adriano Pivetta (Nova Mutum) e Marino Franz (Lucas do Rio Verde) foi extinto. Nasceu, há exatamente 12h01min deste domingo, 19 de novembro de 2006, a Mobilização Democrática (MD), nova força política brasileira que surge da fusão do PPS com o PMN e o PHS. A união dos partidos, aprovada em congresso conjunto das três legendas em Brasília, foi referendada por mais de 400 delegados das siglas. “Já somos um partido único”, comemorou o agora presidente MD, deputado Roberto Freire. Aberta ao diálogo com o governo federal, porém longe de render-lhe apoio, “porque ele não mudou nada”, a nova legenda quer reformas, desenvolvimento econômico sustentável que gere justiça social sem o assistencialismo que não abre perspectivas para o fim da pobreza, investimentos na infra-estrutura, educação, ciência e tecnologia, entre outras propostas.
A MD, garante Freire, terá práticas de esquerda. O deputado comparou a nova legenda aos Democráticos de Esquerda, agremiação em que se transformou o antigo Partido Comunista Italiano, classificando-a de “uma boa experiência no mundo”. Cético quanto à mudança do governo Lula, Freire lamenta que os aliados que o presidente busca não tenham mudado seu DNA. “Assim como Lula não mudou”. O deputado adverte, no entanto, que a sociedade brasileira está cansada de escândalos e que “deu-lhe a vitória na esperança de que ele mude”.
O novo partido, que terá o número 33, contará com 27 deputados federais (22 eleitos pelo PPS, 3 pelo PMN e 2 pelo PHS), sexta bancada da Câmara, um senador, dois governadores (RO e MT – eleitos pelo PPS)), três vice-governadores (TO e MA, pelo PPS, e AM – pelo PMN), 81 deputados estaduais (42 eleitos pelo PPS, 32 pelo PMN e 7 pelo PHS), 367 prefeitos (307 do PPS, 31 do PMN, e 29 do PHS), além de quase quatro mil vereadores.
Após fusão, MD terá mesmo tempo de tevê que PT, PMDB e PSDB
A Mobilização Democrática (MD) terá o mesmo tempo de televisão das grandes legendas do país, como PT, PMDB, PSDB e PFL. Serão 20 minutos semestrais de veiculação partidária e mais 40 minutos de inserções nos intervalos comerciais das redes de televisão. Nos estados também estará garantido o mesmo tempo para a propaganda partidária estadual.
Outra vantagem é o tempo garantido para o horário eleitoral. Segundo estimativas da direção nacional do PPS, o novo partido (considerando-se seus 27 deputados federais) já largará com 1 minuto e 22 segundos, que será acrescido do tempo resultante da divisão entre as legendas que disputarão um pleito. Ou seja, quanto maior a coligação mais minutos de TV e, quanto menos partidos disputarem, por exemplo, um cargo majoritário, maior espaço terá a Mobilização Democrática no horário eleitoral.
Representação
Outra vantagem da fusão entre as três legendas é a garantia de representação partidária em todos os legislativos do país. Em cada câmara de vereadores, assembléia e no Congresso a Mobilização Democrática assegurará estrutura partidária, por meio de gabinetes de liberanças, e voz ativa no parlamento, o que é vedado aos partidos que não superam a cláusula de barreira.