Há cinco anos ser ter promoção, investigadores e escrivães da Polícia Civil decidiram hoje, em assembléia geral, manter a paralisação que completa 16 dias. A decisão foi definida pela categoria em reunião com os deputados Humberto Bosaipo (PFL) e José Carlos do Pátio (PMDB).
De acordo com o presidente do sindicato dos servidores da Polícia Civil, Clédison Gonçalves, a categoria está disposta a fazer uma contra-proposta ao governador Blairo Maggi (PPS), mas não recua da greve.
“O sindicato vai formular outra tabela e apresentar novos números ao governo. A elaboração da tabela será feita de forma a contemplar toda a categoria. Hoje, o salário pago aos 1.603 mil investigadores e aos 350 escrivães é uma vergonha para a categoria”, analisou
Clédison Gonçalves lembrou que enquanto o governo federal concedeu 17%¨de reajuste para o salário mínimo, sobe de R$ 300 para R$ 350, o governo estadual sinaliza com a possibilidade de reajuste de apenas 6%. “Isso é um absurdo, porque vamos ter perda salarial”, observou.
Para o deputado Humberto Bosaipo, membro da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, a categoria precisa manter cautela ao formatar a nova tabela salarial, que será apresentada ao Executivo.
“Do encontro surgiu a idéia refazer tabela e de apresentar novos números ao governo. Com isso vamos ver qual será a posição do governador. Mas caso não se chegue a um denominador comum, alguém tem que renunciar ou cada um ceder um pouco. A sociedade não pode ficar a mercê da sorte, com o índice de violência crescendo nas ruas”, destacou Bosaipo.
Segundo Bosaipo, há cinco deputados que entraram na discussão para por fim à paralisação porque o governo não aceita negociar com a categoria em greve. “Os parlamentares entraram na negociação para reverter esse impasse. Contudo, os dois lados precisam conversar, mas o dialogo está muito difícil”, disse.
A proposta apresentada é de salário inicial estimado em R$ 3,6 mil. Além da equiparação salarial com outras categorias que têm nível superior e também promoção imediata das carreiras. Hoje, o salário inicial de investigadores e escrivães é de R$ 1.270 mil.
José Carlos do Pátio disse que a greve o preocupa, porque a paralisação está radicalizada. “O governador radicalizou de um lado, a categoria também está radicalizando. Porém, proponho um recuo estratégico da categoria para fazer um encaminhamento de negociação, mas não foi acatado”, observou Pátio.
Para o parlamentar, o impacto na folha de pagamento à categoria é de R$ 62 milhões ano, mas o reajuste salarial pretendido pela categoria representa uma receita líquida de apenas 0,5% ao Estado.
“Por isso, há um caminho para intermediar e buscar um entendimento, porque do jeito que as negociações estão sendo conduzidas não é benéfica nem para o governo nem à categoria”, destacou Pátio.
O presidente do sindicato afirmou que amanhã, a categoria realiza às 9 horas, outra assembléia geral, no Auditório 2 da Assembléia Legislativa, para os policiais e parlamentares discutirem uma tabela alternativa, que será apresentado ao governador Blairo Maggi.