O delegado da Polícia Federal Diógenes Curado Filho deve entregar ainda hoje à Justiça Federal em Cuiabá relatório parcial das investigações sobre a venda de dossiê contra políticos tucanos durante o período eleitoral. No documento, o delegado ainda deve pedir mais 30 dias para conclusão das investigações. Este será o segundo documento preliminar sobre o caso.
Para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a prorrogação de prazo é normal dada a complexidade das investigações. “Não houve terceiro adiamento, o que houve foi mais um pedido de prazo, o que é normal num inquérito com essa complexidade. A origem do dinheiro exige um minucioso cruzamento de informações, de ligações telefônicas e isso demora. Não é possível fazer milagre”, disse.
O ministro disse que ainda não há elementos para afirmar que o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) tenha sido ordenado a compra do dossiê, conforme matérias publicadas na imprensa no final de semana. “A Polícia Federal não fechou ainda isso. Continua trabalhando e vai chegar às conclusões possíveis dentro do mundo real. Não se pode querer que ela encontre evidências que se amoldem à uma concepção pré-concebida e nem que ela desminta essas concepções”, disse.
No primeiro relatório, a Polícia Federal revelou que os depoimentos apontavam que a negociação do dossiê era comandada pelo ex-assessor da campanha de Lula, o ex-analista de mídia e risco Jorge Lorenzetti.