Após disputar o segundo turno em 12 cidades brasileiras e conquistar um total de oito prefeituras, o PMDB tem todas as chances de fazer uma boa eleição em 2010 – tanto na escolha de deputados federais quanto na disputa presidencial. A avaliação é do cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto.
“O PMDB formou uma rede de palanques muito grande e governa um contingente de quase 30 milhões de pessoas. tem uma boa base eleitoral para pensar em 2010”, afirmou o especialista em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.
As mais importantes conquistas do partido foram em Porto Alegre e em Salvador – onde venceu confronto direto com o PT – além do Rio de Janeiro, segundo maior colégio eleitoral do país. Os peemedebistas ganharam, ainda, em Campos (RJ), Montes Claros (MG), Campina Grande (PB), Florianópolis (SC) e Bauru (SP).
Barreto afirmou que, após o pleito municipal, o PMDB precisa definir um rumo. “A legenda é extremamente fragmentada e ninguém pode afirmar, hoje, quem tem o controle do que o partido vai fazer daqui a alguns anos.” Mesmo a oposição, liderada pelo PSDB e pelo Democratas, segundo ele, tem expectativa de conseguir atrair o partido como aliado.
“E isso faz sentido quando a gente vê que o PMDB forneceu o vice da chapa de Gilberto Kassab e que o próprio presidente do diretório paulista do partido, o ex-governador Orestes Quércia, afirmou que vai se empenhar para levar o PMDB para o lado de José Serra.”
Para o cientista político, há espaço ainda para que o partido invista em uma candidatura própria para a disputa presidencial de 2010. “O PMDB tem nomes importantes e o principal deles talvez seja o do governador Sérgio Cabral”. Outra possibilidade, de acordo com Barreto, é de que o partido busque um nome de fora da legenda, como o governador Aécio Neves. “É sempre uma possibilidade. O destino do PMDB ainda é uma incógnita a curto e médio prazo”, disse.
Diante da expectativa de sucessões nas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado já no início de 2009, ele avalia que o pleito dentro do próprio Congresso Nacional deve funcionar como “um ótimo teste” para traçar o cenário político no país.
“Existe um acordo firmado há dois anos em que o PMDB apoiaria um candidato do PT no Senado e o PT apoiaria um do PMDB na Câmara dos Deputados. Até agora, esse compromisso tem sido divulgado pelos líderes como uma coisa que vai acontecer de fato. Uma articulação entre os dois partidos nasce agora, dentro dessas eleições. A gente vai poder observar a solidez desse compromisso e fazer algumas projeções para 2010.