A campanha eleitoral já está deflagrada. Mesmo sem nomes para disputar o Governo do Estado, partidos já fazem a tradicional “reserva de vaga” com a finalidade de se fortalecerem para os debates que virão no ano que vem. Nesta segunda-feira, PMDB, PTB, PL, PSL e PSC firmaram uma espécie de “pré-aliança”, que inclui também o PFL. Membros da Executiva de quatro partidos se reuniram e anunciaram o processo de discussão para formatação do arco. O deputado federal Welinton Fagundes (PL) conduziu a mesa de discussão.
Entende-se por “pré-aliança” um entendimento político entre as direções das siglas para estabelecer uma espécie de canal prioritário de diálogo. Ou seja: abrir entendimentos de forma clara e transparente. Pode ser até que se juntem para disputar Governo do Estado, a vaga ao Senado e ainda os cargos de deputado estadual e federal. Mas o caminho é bastante longo.
A pré-aliança política entre esssas siglas, em verdade, nasceu ante a carência de nomes para disputar as eleições majoritárias do ano que vem. Até aqui, apenas os nomes do governador Blairo Maggi, candidato a reeleição, e da senadora Serys Marli, do PT, se apresentam como viáveis. O PFL vinha encenando o nome do senador Jonas Pinheiro, mas acabou esvaziado depois que admitiu publicamente que não enfrentaria Maggi. Em um quadro como esses, os partidos então serão “tragados” pela polarização.
“Seria fácil demais para Maggi ou Serys. A gente estaria se entregando a troco de quase nada” – disse um dos participantes da reunião. Com a pré-aliança, que também pode ser chamada de frente partidária, o quadro muda. Agora, tanto Maggi quando Serys vão precisar negociar e bem se quiserem apoio. Até porque, do encontro desta segunda-feira um nome foi lançado: o de Silval Barbosa, presidente da Assembléia Legislativa. Os dirigentes das siglas se comprometeram a “empunhar” a bandeira da candidatura própria de Silval.
“Ter candidato a presidente da República é ponto pacífico dentro do PMDB. Diante disso, é natural que o partido proponha candidatura própria nos Estados ou ainda, participando de uma chapa onde o postulante apóie sua candidatura nacional” – explicou o próprio Silval Barbosa.
O líder nacional da legenda democrata, Carlos Bezerra explicou que o entendimento aponta quatro nomes entre os possíveis para a disputa nacional: os governadores Roberto Requião (PMDB- PR), Germano Rigoto (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB- PE), além do ex-governador Antony Garotinho (PMDB-RJ).
Também frisou, o líder Bezerra, que a decisão em relação à escolha só sairá em março de 2006, impreterivelmente no prazo previsto pela legislação eleitoral. “Isso é um grande avanço para a política nacional e para a democracia. É uma das primeiras reuniões que acontecem onde quatro legendas buscam entendimento tão antes do pleito”, destacou Bezerra.
Segundo a deputada federal Teté Bezerra (PMDB-MT) outros dois encontros do PMDB devem acontecer na próxima semana. Pelo menos um será em Cuiabá, no dia 25 de novembro, nas dependências da Assembléia Legislativa. “A intenção é decidirmos como será conduzido todo este processo. Os partidos deverão se pronunciar se serão ou não aliados e como as executivas das legendas estão trabalhando suas prioridade”, explicou a parlamentar.
No contexto, houve o convite das lideranças peemedebistas para que, mesmo que a verticalização caia, PTB e PL trabalhem junto ao partido. “Seria possível estudar uma forma de nos unirmos em prol de um novo projeto político para Mato Grosso”, explicou Teté.
“O PMDB se transformou num partidos parlamentarista. Ou acabamos com o parlamentarismo ou lançamos candidatura a presidente da República”, declarou Pátio, que foi avalizado pelo colega de bancada, Nataniel de Jesus: “temos que fortalecer o partido e manter o posicionamento firme”. “Vamos avaliar as propostas e discutirmos posteriormente sua viabilidade, apesar de já haver o entendimento quanto a legitimidade da ação”, disse o peemedebista.
O presidente regional do PTB, deputado federal Ricarte de Freitas explicou que a sigla deve manter as diretrizes nacionais, mas que ainda assim deve participar dos encontros entre os partidos. “Estamos conversando e temos conosco o entedimento de que o PMDB tem nomes que podem ser uma boa alternativa para a política estadual”, explicou.