A que ponto chegou o PMDB. Apostando que ainda seja um dos maiores partidos de Cuiabá – como na época do padre Raimundo Pombo – líderes da sigla lançaram o nome do ex-vereador Totó Parente para “bancar”, de novo, um projeto eleitoral. Na verdade, uma articulação política. Por causa das duras críticas que a sigla sofreu de setores do PSDB de Wilson Santos, com quem a sigla vinha alinhavando entendimentos para a aliança em Cuiabá, o presidente do Diretório Regional, Carlos Bezerra, como num passe de mágica colocou a mão dentro da cartola e sacou o recluso político como opção da sigla para disputar a sucessão municipal.
Medida que pode ser interpretada unicamente com um “blefe”. E se não for, representa um “suicídio” político-partidário. Afinal, Totó Parente não é o nome mais adequado para um enfrentamento dessa magnitude. Só para se ter uma vaga idéia, na vez em que se aventurou nas urnas, há quatro anos, Totó conseguiu pouco mais de 12 mil votos – soma inferior as obtidas por Walter Rabello e Levi Levi, que se elegeram vereadores. Juntos, tiveram 13 mil votos. Rabello, na época, pertencia ao PMDB.
Peemedebsitas acham que Totó é um nome viável. Classificam a candidatura como representativa de um sentimento da base. Especialmente depois do discurso do vereador Permínio Pinto (PSDB), que, buscando aspectos históricos, considerou que a aliança entre tucanos e peemedebistas, ao contrário de anos a fio, agora seria prejudicial ao seu partido. Totó, que agora é secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, do Ministério da Integração Nacional, está sendo colocado no jogo como uma espécie de resposta ao tucano.
Ele próprio faz cena de satisfação. Tenta ser cauteloso ao analisar a possibilidade de entrar na disputa, mas não esconde o tradicional egocentrismo que cercam os políticos de toda estirpe. Ao falar sobre o assunto, Parente disse que a conversa sobre ser candidato a prefeito está apenas começando. “Acho que o partido deve discutir profundamente essa questão. Meu nome está à disposição do partido, mas também acho que existem outras possibilidades” – ele disse, um pouco contido.
Situação, que, aliás, tem uma explicação: menos de uma semana após o fracasso eleitoral de 2004, Parente arrumou as “tralhas” e foi ser assessor político em Nova Iguaçu, interior do Rio de Janeiro. Só agora está voltando aos poucos a Cuiabá. Ex-líder estudantil, vereador em Cuiabá, onde chegou a ser líder do prefeito Roberto França, Parente teve um desempenho eleitoral considerado um fiasco na disputa a prefeito: perdeu para a soma de votos em branco e nulo – revelando uma candidatura despreparada e desqualificada.
Fora isso, a constatação de que o PMDB vai ao fundo do poço pode ser medido por um outro histórico comprometedor: “Ele ainda tem muitos acertos a fazer por aqui da campanha passada” – revelou um empresário, ao tomar conhecimento da possibilidade de Parente vir a empunhar de novo o bastão da candidatura própria do PMDB. Nos bastidores, Totó vem sendo chamado de “alegria do povo”, já que se assemelha a Copa do Mundo, surgindo de quatro em quatro anos