A Executiva Nacional do PMDB decidiu hoje, por unanimidade, que o partido não terá candidato próprio à Presidência da República e que, portanto, não vai realizar convenção nacional neste mês, marcada originalmente para o dia 22.
A decisão libera os candidatos a governador a fazer as coligações estaduais da forma que acharem mais conveniente. O pré-candidato à Presidência, senador Pedro Simon (RS), já indicou que vai desistir de disputar a indicação da legenda.
A guerra judicial entre grupos do partido, no entanto, não acabou. O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que diante da decisão de Simon, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, pode reassumir a sua candidatura original, de que tinha desistido para apoiar o senador gaúcho.
Os aliados de Garotinho prometem ainda uma verdadeira guerra judicial para derrubar a decisão da Executiva. “A convenção vai acontecer, querendo eles ou não. Se não houver condições políticas, como a falta de quorum, por exemplo, é outra história”, disse ele.
O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), disse que vai recorrer da decisão da Justiça, que marcou a convenção do partido para o dia 22 de junho.
“A Executiva definiu que não terá candidato nem convenção, mas ainda há uma decisão judicial. Esta é uma questão interna do partido e não cabe à Justiça decidir”, afirmou ele.
A votação de hoje foi por unanimidade porque o senador Sérgio Cabral (RJ) e o deputado federal Eliseu Padilha (RS), que defendem a tese da candidatura própria, não compareceram à reunião. Cunha disse que os dois faltaram porque já sabiam que seriam votos vencidos na Executiva.