O PFL anunciará em dez dias o nome do candidato a vice-presidente da República na chapa do tucano Geraldo Alckmin. A informação foi dada nesta sexta-feira pelo senador José Jorge (PFL-PE), na foto. Ele disputa a vaga com o senador José Agripino Maia (PFL-RN). “O presidente nacional (do PFL) Jorge Bornhausen (SC) deve terminar nesta semana a consulta interna aos líderes, para chegar à conclusão do indicado”, disse José Jorge.
O senador esteve Geraldo Alckmin, em visita de dois dias a Pernambuco, informa a Agência Nordeste (para assinantes). Disse que vai se engajar “de corpo e alma” na campanha de Alckmin ainda que venha a ser preterido na disputa interna que vem sendo travada no PFL. “Independentemente dessa questão de vice, vou me engajar na campanha. Temos que melhorar no Nordeste, onde o nível de informação (sobre Alckmin) é menor”, disse ele.
Embora revele, entre quatro paredes, uma preferência pelo nome de Agripino Maia, Alckmin evitou posicionar-se de público. Em entrevista coletiva que concedeu no início da tarde desta sexta-feira, no Hotel Summerville, em Porto de Galinhas, o candidato perdeu-se no gerúndio e no tom evasivo: “Os nomes do PFL são ótimos e vamos estar trabalhando pelo país. O nome sairá do entendimento conjunto. É uma construção coletiva. Destaco, particularmente, José Jorge e José Agripino”.
Depois da visita ao Summerville, onde almoçou, Alckmin visitou a casa de veraneio de José Jorge. Ali, de novo, foi escorregadio como os peixes que os pescadores pernambucanos recolhem das água que banham o litoral Sul do Estado, onde está situada a aprazível praia de Porto de Galinhas: o vice será do Nordeste, disse.
Alckmin também desdenhou das pesquisas de opinião, que, dependendo do cenário, apontam para a possibilidade de uma vitória de Lula ainda no primeiro turno. Segundo a visão do candidato tucano, sua candidatura só deve “decolar” no segundo semestre, depois do início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. “A campanha só começa em agosto”, disse.
Ao discorrer sobre o seu plano de governo, Alckmin limitou-se a empilhar uma série de platitudes que, aqui e ali, também costumam freqüentar o discurso do adversário Lula: “Temos que buscar emprego e renda. O trabalho realiza o ser humano. O Brasil tem que voltar a ser um país de oportunidades. Nossa prioridade é o desenvolvimento e a educação tem que estar no centro deste processo”.
Em campanha aberta, decidido a visitar o Nordeste pelo menos uma vez por semana, o candidato do “banho ético” deve ao distinto público uma satisfação acerca da origem do dinheiro que custeia a sua peregrinação. A mordacidade da crítica do tucanato a Lula e ao PT premiaria a coerência se disponibilizasse na internet, em tempo real, uma planilha de custos da pré-campanha de Alckmin.
Sobre a gestão de seu rival, Alckmin disse: “É um Governo fraco. Não é possível nos conformarmos com o crescimento econômico brasileiro, sendo o Brasil um país vocacionado a crescer.” Quanto às suspeitas de malfeitorias que rondam a sua própria administração no governo de São Paulo, tentou minimizá-las. Disse, por exemplo, que foi detectado na Nossa Caixa, acusada de remunerar ilegalmente agências de publicidade e de beneficar políticos aliados na Assembléia Legislativa, apenas “um erro formal”.
Em meio às críticas a Lula, Alckmin vou-se forçado a reconhecer-lhe alguns acertos. Prometeu dar continuidade a projetos iniciados sob Lula em Pernambuco, entre eles o Complexo Industrial e Portuário de Suape e a refinaria de petróleo a ser erigida em parceria com a PDVSA, estatal petrolífera da Venezuela.
Em campanha aberta, decidido a visitar o Nordeste pelo menos uma vez por semana, o candidato do “banho ético” deve ao distinto público uma satisfação acerca da origem do dinheiro que custeia a sua peregrinação. A mordacidade da crítica do tucanato a Lula e ao PT premiaria a coerência se disponibilizasse na internet, em tempo real, uma planilha de custos da pré-campanha de Alckmin.