O ex-secretário Eder Moraes, um dos investigados pela Polícia Federal na 4ª etapa da Operação Ararath, colocou à venda uma Ferrari de R$ 1,3 milhão que segundo documentos que estão circulando nas redes sociais, seria de propriedade do empresário Valdir Piran, outro investigado pela PF. A Ararath foi deflagrada em novembro de 2013, dividida em etapas para investigar acusados de envolvimento num esquema de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional. Os documentos que mostram a transação comercial do veículo de luxo foram apreendidos pela PF em fevereiro.
Conforme uma nota fiscal eletrônica em nome de Eder, a Ferrari foi negociada por ele diretamente com uma empresa de São Paulo, a RT Comércio e Importação de Veículos Blindados. O documento foi emitido no dia 14 de fevereiro de 2013 no valor de R$ 1.350 milhão. O veículo é uma Ferrari 599 GTB de cor cinza. O modelo é 2009.
Contudo, consuta realizada nesta segunda-feira (31) no banco de dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mostra que a Ferrari está registrada no nome do empresário Valdir Agostinho Piran. Na empresa de São Paulo, o veículo foi colocado à vista na modalidade de consignação.
No caso de Valdir Piran, além de ser investigado pela Polícia Federal, também já foi condenado pela Justiça Federal a pena de 17 anos e 6 meses de prisão e ainda ao pagamento de multa por crime contra o sistema financeiro, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A condenação foi proferida em 2009 resultado de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de outubro de 2003.
De acordo com a denúncia do MPF, Valdir Piran fazia a empresa de factoring Piran Sociedade de Fomento Mercantil Ltda funcionar como uma instituição financeira: captava recursos de terceiros que seriam devolvidos com juros e, em seguida, realizava o empréstimo de dinheiro, pelo qual cobrava juros acima do permitido. Na prática, ele intermediava recursos entre investidor e tomador, atividade que é vedada pela legislação brasileira às empresas de factoring.
Eder Moraes, ex-secretário estadual de Fazenda, Casa Civil e Copa do Mundo, teve sua casa visitada por agentes da Polícia Federal no dia 19 de fevereiro quando a PF deflagrou a 4ª etapa da operação. Em sua residência, no Residencial Florais do Lago, em Cuiabá, foi cumprido um dos 24 mandados de busca e apreensão, sendo levados documentos, cheques e computadores. Ele recorreu à Justiça Federal com pedido para reaver os objetos, mas o juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá negou o pedido 5 dias depois. As investigações prosseguem.
Outro lado:
Eder Moraes negou que seja o dono do veículo luxuoso e que "gostaria de ter" uma Ferrari, mas não tem. Ele disse que ela pertence a Piran.