A Polícia Federal passou a investigar se o senador Blairo Maggi (PR), ex-governador de Mato Grosso, foi espionado ilegalmente por criminosos que buscam informações sigilosas. A PF não forneceu informações para não atrapalhar as apurações e confirmou que há indícios veementes de crime no material apresentado. O jornal Estado de São Paulo informa que o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) foi procurado por uma “araponga arrependido”que estava em busca de proteção policial e lhe relatou o caso, que inclui aparentes extratos de ligações e de e-mails de parlamentares com informações políticas ou econômicas de caráter confidencial. O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e o ex-senador Demóstenes Torres também seriam espionados em ligações telefônicas e e-mails.
Blairo disse, ao Só Notícias, que “tomou conhecimento pela imprensa da suposta ação criminosa de arapongas. “O deputado Francesquini (que é delegado) me ligou, há algum tempo, disse que foi vítima e ouvido sobre esta questão e me propôs uma representação conjunta, de nós parlamentares. Mas estou muito tranquilo. Não tomei nenhuma providência e não vou tomar. É coisa de desocupado”, criticou. “O que eu falo por telefone pode ser divulgado em qualquer lugar. A única chatisse é que este pessoal (arapongas) fique sabendo de reservado (assuntos familiares, por exemplo) nas conversas pessoais”, acrescentou.
Blairo também disse que não notou nada de diferente no funcionamento de seu telefone celular, nem na caixa de e-mails.
O deputado Miro Teixeira, autor da denúncia, disse ao Estadão que “criou-se na capital do País, sob os olhos dos poderes da República, uma sociedade anônima de criminosos e violadores de dados pessoais” afirmou o deputado. “Não há cidadão nesse País, nem mesmo a presidente, seguro da sua privacidade e isso é muito ruim para a democracia”. O jornal também ouviu o delegado Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal. Ele apontou que quadrilhas de arapongas atuam impunemente em praticamente todos os Estados, fazendo espionagem industrial, bisbilhotagem contra particulares e sobretudo dossiês contra políticos. “É um mercado totalmente anárquico, sem fiscalização ou controle, exercido muitas vezes por profissionais sem qualificação ou compromisso ético”, afirmou.
Em novembro, conforme Só Notícias já informou, outro líder político em Mato Grosso, o ex-diretor geral do DNIT Luiz Pagot, foi espionado por criminosos, presos na Operação Durkheim, pela Polícia Federal. Pagot considerou que o objetivo da bisbilhotagem foi chantagem.
(Atualizada às 19:32h)