A Polícia Federal de Mato Grosso indiciou mais nove pessoas por envolvimento com fraude nas licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Cuiabá e Várzea Grande. Com isso, sobe para 20 o número de indiciados através da operação Pacenas, deflagrada no último dia 10.
Os indiciados teriam ligação com o esquema a partir do momento em que contribuiriam com o direcionamento das licitações para beneficiar empresas de Mato Grosso. As empreiteiras venceram praticamente todas as disputas comerciais pelas obras nos dois municípios que vão receber juntos cerca de R$ 400 milhões de investimentos em infraestrutura e saneamento até 2010.
As investigações vêm sendo conduzidas pelo delegado Márcio Carvalho, que confirma os 20 indiciamentos mas a PF prefere não divulgar o nome dos indiciados. Deve fazer isso somente na primeira quinzena de setembro, quando será concluído o inquérito da operação Pacenas e o resultado das diligências será encaminhado à Justiça. Nos últimos dias, 25 pessoas entre empresários, servidores públicos de Cuiabá e Várzea foram ouvidos.
Com os indiciamentos, caberá ao Ministério Público Federal (MPF) oferecer ou não denúncia contra os envolvidos, o que permitirá a instauração de processo. A operação Pacenas já detectou indícios de envolvimento de 11 pessoas que acabaram sendo presas preventivamente no último dia 10, ou seja, os empresários Marcelo e Carlos Avalone (sócios-proprietários da empresa Três Irmãos), Jorge Pires de Miranda (da Concremax), Luiz Carlos Richter (presidente do Sindicato da Construção Civil), Ana Virgínia de Carvalho (presidente da Comissão de Licitação da Sanecap), Anildo Lima Barros (da Gemini), José Antônio Rosa (ex-procurador-geral de Cuiabá), José Alexandre Schutze (presidente do Sindicato da Construção Pesada), Milton Pereira do Nascimento (da Comissão de Licitação da Prefeitura de VG), Adilson Moreira da Silva (advogado e consultor em licitações) e Jaqueline Favetti (Comissão de Licitação de VG).