A Polícia Federal indiciou 46 pessoas por envolvimento com desvios de R$ 51 milhões da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Vão responder por ao menos nove crimes. Além dos 35 acusados que tiveram a prisão temporária decretada, houve indiciamento de outros 11 que ainda estão em liberdade. Os números poderão aumentar até o fim das investigações que devem ser encerradas na sexta-feira (16).
De acordo com a Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso, os indiciamentos ocorreram principalmente a partir da deflagração da operação Hygeia, o que ocorreu no último dia 7. Foram acusados formalmente em formação de quadrilha, estelionato, fraude em licitações, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva e prevaricação. Juntos os crimes podem render pena de 63 anos de reclusão para cada um.
Entre os indiciados estão o ex-petista Valdebran Padilha, que ficou conhecido em 2006 como um dos “aloprados” que tentaram vender um suposto dossiê contra o PSDB, além de pessoas como os dirigentes do PMDB: Carlos Miranda (tesoureiro do diretório estadual do partido), Rafael Bastos (secretário-geral) e Luis Gomes Bezerra (empresário e sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra).
A PF afirma que o inquérito principal deve ser encerrado nessa sexta e os indiciamentos seguirão para a Justiça. Caberá ao Ministério Público Federal (MPF), então, denunciar ou não envolvidos, o que permitirá a Justiça instaurar oficialmente um processo para julgamento do caso.
Depois de encerrado o inquérito principal, a delegada Heloísa Albuquerque não descarta continuar novas investigações que precisarão ser averiguadas a partir da deflagração da operação Hygeia. A notícia do caso levou muitos servidores públicos e populares a revelarem supostas irregularidades que não constariam nas investigações inicialmente. Isso permitirá a descoberta de novos crimes em inquéritos paralelos e aumento do número de indiciados.
Outro lado – A defesa do empreiteiro Valdebran Padilha nega qualquer ligação com os desvios e diz que ele está sendo envolvido injustamente. Assim como ele, a defesa de Rafael Bastos, Carlos Miranda e José Luis Gomes esperam a Justiça se manifestar em relação a pedidos para liberação dos acusados. As prisões temporárias vencerão na próxima sexta-feira (16).