A Polícia Federal investiga a autoria de panfletos que denigrem a imagem dos candidatos a governador e vice da coligação “Coragem e Atitude para Mudar”, Pedro Taques (PDT) e Carlos Fávaro (PP). Os documentos, que não contêm assinatura, foram espalhados pelo centro e periferia de Cuiabá, ontem de madrugada.
Dois veículos e algumas pessoas que teriam participado da ação já foram identificados com a ajuda de imagens gravadas por câmeras de segurança de empresas localizadas nas ruas onde os panfletos foram jogados. A assessoria jurídica da coligação, entretanto, evitou divulgar mais informações para não atrapalhar as investigações.
Conforme o coordenador jurídico da coligação, Paulo Taques, as pessoas envolvidas na distribuição dos folhetos podem até ser presas, caso pegas em flagrante. As acusações vão de crime contra a honra, injúria e difamação, ao crime eleitoral de transmitir informações falsas aos eleitores, segundo o advogado. Caso uma ação seja instaurada sobre o assunto, caberá à Justiça Eleitoral apreciá-la. Taques e Fávaro também podem recorrer à Justiça comum.
O folheto traz acusações de supostos atos de pedofilia, racismo e uso de drogas contra os dois candidatos. As denúncias, no entanto, não possuem elementos que poderiam comprovar sua eventual veracidade. O endereço eletrônico de um site na internet que conteria um vídeo com imagens das práticas relatadas no panfleto é falso.
A equipe de Taques soube da distribuição dos folhetos ainda no início da manhã de ontem, por volta das 6h. Assessores do senador teriam sido informados inicialmente por um servidor municipal que trabalha na limpeza urbana de Cuiabá. Além da Polícia Federal, a coligação acionou o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), que faz o monitoramento das câmeras de vigilância instaladas na Capital, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e as polícias Civil e Militar.
Taques, que faz campanha em Cuiabá e Várzea Grande nesta última semana antes da eleição, evitou falar sobre o assunto. Se manifestou apenas por meio de seu perfil no Facebook onde escreveu: “nesta reta final, ações nojentas são feitas por parte dos adversários”, citando, não apenas os panfletos sem assinatura, mas a suposta criação de sites na internet com o intuito de prejudicá-lo e a troca de ataques durante debates eleitorais.
No texto, o pedetista afirma que desde junho, quando teve início a corrida eleitoral, já estava preparado para as “mentiras” que surgiram envolvendo seu nome. “Eles estão com medo. Medo de perder a boquinha que possuem há décadas”, escreveu, sem citar nomes. “Para cada mentira, falaremos mil verdades”, completou.