O prefeito de Sinop, Nilson Leitão, está sendo levado para Cuiabá e, posteriormente para Brasília, onde prestará esclarecimentos amanhã pela manhã, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi preso, no início da manhã, pela Polícia Federal. O procurador jurídico da prefeitura, Astor Reinheimer, disse, agora há pouco, que ainda não tem conhecimento do motivo da detenção e se há mandado de prisão. “Simplesmente tive dois minutos de conversa com o delegado que veio cumprir ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Não me deu acesso a nenhum documento e nem mesmo ao prefeito”, declarou.
Na casa do prefeito os agentes recolheram alguns documentos. “São documentos pessoais, já que na casa do prefeito não tinha nenhum documento da prefeitura, que lá não é lugar de ter. Qualquer documento sobre a concorrência pública, que é objeto de investigação, está na prefeitura e lá eles não foram”, acrescentou Astor.
Inicialmente, a informação é que as investigações seriam de possíveis irregularidades na licitação para as obras da rede de esgoto. A empresa investigada, da Bahia, faz parte do consórcio Xingú, que ganhou a licitação. “Foi feita concorrência internacional e essa empresa faz parte do consórcio Xingú, que ganhou a licitação. Não houve irregularidades”, argumentou, já que a prefeitura teria passado por todos os trâmites legais para liberação dos recursos.
Agora há pouco, Astor conseguiu falar com o prefeito, por telefone. “Ele estava muito tranqüilo. Só pedindo que providenciasse a documentação que fosse requisitada e a assessoria possível em Brasília”, completou. Secretários e vereadores da base de Leitão estão mobilizados para obter mais informações sobre a operação Navalha. “Se houver mandado de prisão pediremos a revogação”, concluiu.
O assessor criticou o método utilizado pela Polícia Federal, que não teria dado acesso ás informações da operação e mandado da detenção do prefeito. “São métodos moralmente de uma violência inexplicável. Já falamos com o presidente da OAB em Cuiabá e ele já foi para superintendência da PF e foi assegurado que à tarde dará cópia do mandado”, concluiu.
O ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente em Sinop, Jair Pecini, foi preso no Maranhão. Também foram presos o deputado distrital Pedro Passos(PMDB); o prefeito de Camaçari (BA), Luiz Caetan, e o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB). Também foi preso o secretário de infra-estrutura do Maranhão, Ney Belo
De acordo com a PF, as irregularidades ocorreriam em três níveis. No primeiro, atuavam pessoas diretamente ligadas à construtora Gautama. No segundo, estavam os auxiliares e intermediários, principalmente os responsáveis pelo pagamento das propinas. No último havia autoridades públicas que tinham a função de remover obstáculos à atuação da organização criminosa. A polícia investiga superfaturamento em obras em pelo menos 9 Estados, dentre eles Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo
(Atualizada às 14:02hs)