A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizam, esta manhã, a operação “Kamikaze 2” com o objetivo de desarticular organização criminosa composta por empresários, contadores e administradores dedicados a fraudar licitações públicas federais, na modalidade pregão eletrônico, nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia e Acre. São cumpridos oito mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Velho (RO) e Guajará-Mirim (RO), todos expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso. Não há mandados a serem cumpridos em solo mato-grossense, segundo a assessoria da PF.
De acordo com as apurações iniciais realizadas pela CGU, uma empresa prestadora de serviço sediada em Porto Velho (RO) participava de pregões eletrônicos através do Sistema Comprasnet, mediante utilização de documentos inidôneos, tais como atestados de capacidade técnica, contratos de prestação de serviços e documentos contábeis, todos produzidos fraudulentamente para atender às exigências específicas dos editais de licitações que a empresa participava.
Entre os anos de 2014 a 2016, a empresa investigada participou de 78 pregões eletrônicos e acabou habilitada em 15 licitações. Desse total, a empresa venceu cinco licitações que totalizaram R$ 1,5 milhão. Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documentos falsos, estelionato qualificado, fraude a ato de procedimento licitatório e associação criminosa.
Participam da operação 45 policiais federais e 05 auditores da CGU.
O nome da operação remete ao fato de empresas serem criadas para acabarem extintas em seguida. O fato lembra o episódio dos pilotos japoneses que jogavam os aviões contra navios norte-americanos provocando a própria morte, durante a Segunda Guerra Mundial.