O petista Valdebran Padilha presta novo depoimento hoje (3) na Polícia Federal em Cuiabá. O delegado responsável pelas investigações, Diógenes Curado Filho, quer esclarecer contradições entre o depoimento de Valdebran e o de outros quatro petistas: Oswaldo Bargas, Expedito Veloso, Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda.
Segundo a PF, em depoimento anterior, Valdebran Padilha disse que o dinheiro – R$ 1,7 milhão – para a compra do dossiê contra políticos do PSDB foi entregue apenas por Gedimar Passos, mas uma análise das imagens da câmera de segurança do hotel onde a transação teria sido feita mostra que Hamilton Lacerda entrou no hotel com uma sacola preta. As imagens mostram ainda Lacerda saindo do hotel sem a mala. Os investigadores trabalham com a possibilidade de o dinheiro para a compra dos documentos estar dentro da sacola.
Em depoimento à PF na semana passada, Hamilton Lacerda disse que, na mala, estava apenas material impresso de campanha do PT e que, na segunda imagem, captada na madrugada do último dia 15 (dia da prisão de Valdebran e Gedimar), estava um notebook e, em duas sacolas, roupas para Gedimar. A PF fez também apreensão de objetos e documentos em dois imóveis de Hamilton Lacerda. Ele é ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. Foram apreendidas agendas, documentos, fitas, CDs e anotações. O material será analisado.
A PF trabalha para descobrir a origem do dinheiro que seria usado para a compra dos documentos que comprovariam a participação de políticos do PSDB no esquema de venda superfaturada de ambulâncias. Os investigadores já sabem que os US$ 248 mil entraram no país de forma legal, numa transferência de um banco em Miami para o Sofisa, no Brasil. A PF pediu ajuda ao FBI para rastrear a origem do dinheiro, já que os dólares estavam identificados com uma fita da casa da moeda norte-americana.
Com relação ao R$ 1,1 milhão encontrado, a PF sabe que vieram de três bancos: Bradesco, Safra e Boston.