quarta-feira, 11/dezembro/2024
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Pesquisa aponta que maioria dos eleitores está otimista

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No Brasil, há dois tipos de eleitores: os otimistas, que acreditam no poder transformador do voto, e os céticos, descrentes, que percebem o voto como uma perda de tempo, que não muda a realidade. Essa é a conclusão da pesquisa encomendada pela Justiça Eleitoral ao Instituto Nexus e à Cultura Data, realizada nos dias 25 e 26 de janeiro deste ano. O estudo foi aplicado em 12 grupos de sete a dez pessoas, nas cinco regiões do país, e abrangeu todas as classes sociais, faixas etárias e de escolaridade.

A pesquisa identificou que os eleitores de perfil otimista, apesar de serem críticos com relação à situação do Brasil, mantêm o patriotismo e percebem o voto como uma arma do cidadão. Já o grupo de pessimistas tende a ser contra a obrigação de votar e vivem a experiência de frustração com o voto.

Em comparação com os dados do levantamento feito em 2006, o posicionamento dos cidadãos está mais definido. Antes, um mesmo cidadão ficava dividido entre os sentimentos positivos e negativos diante da realidade.

O comportamento segmentado em dois grupos predominantes é confirmado quando avaliados os dados sobre o significado do voto para os participantes da pesquisa. De acordo com o estudo, o voto tem significado positivo para a maioria. Entre as principais qualidades levantadas estão o poder de mudar, a possibilidade de melhora, a responsabilidade, o direito de escolha e o exercício da cidadania. Mas alguns, em função do ceticismo identificado, atribuem ao voto alguns valores negativos como a obrigação, a escolha baseada na sorte e a sensação de perda de tempo.

Outro sentimento associado ao momento do voto é a insegurança. Dentro da cabine de votação as pessoas se perguntam se a escolha que fizeram é a mais acertada e se o candidato votado vai corresponder às suas expectativas. Muitos afirmam que ficam emocionados, mas ao mesmo tempo nervosos, quando estão em frente a urna.

O voto obrigatório foi criticado em todos os grupos. Especialmente eleitores mais céticos e descrentes associaram a obrigatoriedade do voto à ineficiência. A opinião desses participantes é de que na democracia o voto deveria ser facultativo.

O consenso entre os eleitores que participaram da pesquisa é de que os políticos são todos corruptos, que não fazem nada pelo povo. Há uma percepção geral de que a classe política não trabalha em benefício da população e visa seus próprios interesses. Para os entrevistados, os políticos são enganadores – prometem muito durante a campanha e não fazem nada daquilo que prometeram – traem e abandonam o eleitor.

Sobre o sistema político brasileiro, a visão não é muito diferente. Os participantes do estudo acreditam que mesmo um político sendo honesto, ele terá que se corromper para se adaptar ao sistema.

Segundo a pesquisa, a mídia parece desempenhar papel preponderante na formação da noção de que “todos os políticos são corruptos”.

Nas regiões Sudeste e Sul, a maioria acredita que os problemas brasileiros não são responsabilidade exclusiva dos políticos. A conclusão é de que se o povo escolhe, ele também tem sua cota de participação. Para os entrevistados dessas regiões, falta ao povo consciência, interesse e formação para poder votar melhor.

Entre os eleitores dos grupos das regiões Norte e Nordeste, alguns admitiram ter vendido o voto ao menos uma vez. A prática ainda é comum em alguns locais. Mas a noção geral é de que é preciso votar para poder cobrar.

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