Somente daqui alguns dias o juiz federal Julier Sebastião da Silva vai se decidir a respeito dos depoimentos colhido na audiência de instrução e julgamento no rumoroso caso conhecido como “escândalo dos maquinários”. “Vou avaliar todas as informações e laudos coletados para então me decidir”, ponderou o magistrado federal.
Nas declarações ofertadas pelos peritos indicados pela Justiça Federal, os engenheiros Aloisio Bianchini e Antônio Renan Berchol da Silva, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), contratados para realizar a perícia apontaram sobrepreço nos 705 conjuntos de caminhões e máquinas adquiridos pelo governo de Mato Grosso no programa MT 100% Integrado.
O auditor-geral do Estado, José Alves Pereira Filho, também reafirmou, que todas as empresas que participaram da licitação praticaram preços acima do mercado se comparado com dados levantados a época. Todos, no entanto, evitaram falar em superfaturamento, usado termos como sobrepreço ou valores acima daqueles a época praticados no mercado.
Apenas o ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes compareceu a audiência de instrução e julgamento. Os ex-secretários, Geraldo De Vitto e Vilceu Marchetti mandaram seus advogados, assim como as empresas envolvidas.
A investigação que culminou com a ação judicial foi iniciada por uma decisão do então governador Blairo Maggi (PR), hoje senador da República, que pediu providências da Auditoria Geral do Estado -AGE, e comunicou também ao procurador-geral do Ministério Público alertando para a possibilidade de problemas na maior licitação para aquisição de 705 máquinas e equipamentos pesados que consumiram recursos da ordem R$ 241 milhões, dos quais R$ 44 milhões teriam sido superfaturados.
Alguns advogados de empresas que venderam para o Estado alegam que não houve sobrepreço, mas sim exigências extras de produção acima da capacidade das indústrias e de garantias estendidas.