Convidado por seis legendas para se filiar e deixar os quadros do PDT, o governador Pedro Taques não deve encontrar outro partido que possua um estatuto tão parecido ao seu próprio perfil de atuação na política. Esta é a avaliação do deputado estadual Zeca Viana, presidente do PDT em Mato Grosso, para quem é improvável a desfiliação do correligionário. Apesar de seu recente rompimento de relações com Taques, Zeca afirma também não ser de interesse do PDT que o governador se desfile da legenda e pontua que a direção nacional está imbuída do propósito de mantê-lo no partido.
Para o deputado, é justamente o simbolismo do PDT que pode colaborar para a permanência de Taques. Do outro lado, o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, pontua a quantidade de convites recebidos pelo governador nos últimos 20 dias e ressalta que todos estão sendo avaliados com muita cautela. Também descarta a tese de que seria insustentável para o pedetista continuar filiado à sua atual legenda. “Não entendemos que haja uma crise no PDT. Entendemos que isso é uma coisa que não pode afetar o andamento do governo”, diz.
Sobre os conflitos que viveu nos últimos dias com a gestão de Pedro Taques, Zeca acredita ser possível encontrar uma solução diante de uma “conversa madura”, embora pontue que não tem se encontrado com o correligionário nem, sequer, trocado telefonemas. “Existe bastante gente preocupada com a situação. Algumas querendo que a gente se reconcilie e outras querendo apagar o fogo com gasolina. Mas isso faz parte do jogo. Acho que, da mesma forma como fomos muito unidos nos últimos quatro anos, somos maduros o suficiente para sentar e se entender sobre essa divergência que houve agora”, avalia.
O deputado ainda disse acreditar que, quando chegada essa reconciliação, Taques entenderá como natural seus eventuais posicionamentos contra ações ou medidas do governo. “Ele sabe que o papel de um bom parlamentar é esse: não se omitir diante de erros”.