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Percival coloca em dúvida apoio do PPS a candidatura de Mendes

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O empresário Mauro Mendes já decidiu que é candidato ao Governo. Quem garante? Percival Muniz, presidente do Partido Popular Socialista (PPS). “Ele vai vir a público e confirmar” – disse. Língua solta, como ele mesmo se define, contou até que Mendes já tem uma estrutura de marketing definida para desenhar a campanha, cedida pelo deputado federal Ciro Gomes. Otimista, diz que o programa “Mato Grosso Muito Mais” é viável e vem tentando atrair os Democratas porque considera que Wilson Santos será candidato ao Governo com pesquisa ou sem pesquisa. E diz que está pronto para ser o que o partido decidir. Apesar das convicções política, ele próprio, Percival, não sabe se o PPS vai apoiar Mauro Mendes. Seu desejo é que sim, mas a sigla está dividida: de um lado, ele, que incentiva a candidatura de Mendes como projeto alternativo; de outro, Ivan Evangelista e outros socialistas de menores patentes, que desejam apoiar a aliança DEM-PSDB, mais particularmente a candidatura ao governador do prefeito Wilson Santos.

Fora isso, Muniz conta com o mau-humor do presidente do Diretório Nacional, deputado Roberto Freire, que cobrou dele mais debates internos. “Nesse ponto fui enquadrado” – admitiu, ao participar nesta quinta-feira do programa “Cidade Independente”, da Rádio Cidade FM. “Depois que passei pelo Executivo, fiquei mais pragmático, meio arredio ao debate” – confessou o político, ao lembrar que antes, na origem da esquerda, gastava até três dias discutindo uma tese.

Usando das mais diversas estratégias políticas de convencimento público, Muniz disse que a candidatura de Mauro Mendes causa preocupação em outras organizações partidárias. Percival disse que na reunião da Executiva do PPS, na quarta-feira à noite, já sob as recomendações de Roberto Freire para parar de ser “dono do partido”, autorizou “democraticamente” aqueles desejam apoiar outras candidaturas que participem das reuniões. Ele, no entanto, vai insistir com o nome de Mendes. Inclusive, participando nesta quinta-feira da reunião do chamado bloco “Mato Grosso Muito Mais”. Segundo ele, até final de março haverá várias reuniões dos socialistas para se chegar a um consenso. Caso contrário, admite uma disputa em convenção. “A partir de junho, todos estaremos juntos” – afirmou.

Até a convenção, o PPS vai buscar, segundo ele, “construir o projeto do partido”. Primeiro estabelecendo um rol de candidaturas. Ele mesmo diz que está pronto para ser candidato ao Senado, a vice, a governador “ou a que quiserem que eu seja”. No segundo momento, o PPS vai decidir com quem vai se aliar. Ele descartou a opção de discutir uma aliança com o PMDB de Percival Muniz, mesmo sob a condição de vice. “Lá tem gente demais, líderes demais” – disse, referindo-se a falta de espaço.

Na cizânia política, Percival diz que encontra dificuldades para apoiar a candidatura do PSDB de Wilson Santos. Contraditório, lembrou que fez duas campanhas contra o PSDB, em apoio a candidatura de Blairo Maggi, que hoje apóia Silval Barbosa ao Governo. “Não tem como apoiá-los. Sempre o criticamos pela falta de debates” – disse, citando a venda da Rede-Cemat sem discussões aprofundadas. Socialista, Muniz se posicionou contra o esquema de privatização em Mato Grosso. “Temos que ter o cuidado para não perder a coerência” – frisou. Ao mesmo tempo, porém, diz abertamente que apóia a candidatura de José Serra, do PSDB, um dos principais articuladores da privatização no Governo de Fernando Henrique Cardoso. “Ele tem posições diferentes do PSDB. Tenho admiração muito grande por Serra”.

Ao mesmo tempo, diz que vai ter ainda uma conversa com o senador Jayme Campos, com quem militou nas campanhas que elegeu e reelegeu Maggi ao Governo. “É um político leal e decente. Um político simples e que tem coisas fundamentais na vida pública. O que ele fala não precisa assinar” – elogiou. Segundo ele, o apoio de Jayme ao projeto permitirá que o senador democrata “seja o condutor do momento”, já que o DEM seria o maior partido da frente. “Ele não precisa apoiar o candidato do Governo, com quem está rompido. Nem se juntar ao PSDB, de quem sempre foi adversário histórico” – comentou. Percival acha que a aliança DEM-PSDB em Mato Grosso vai exigir que se dê muitas explicações. “Aqui ele terá um grupo de jovens, em relação a ele, para conduzir”.

Na discursiva durante o programa na Rádio Cidade, Muniz foi mais além. Ao afirmar que a candidatura de Mendes nasce da independência do poder, falou que os principais articuladores estão desprovidos de vaidade e de posses. “Não temos empreiteira, não temos meios de comunicação” – disse. Mendes é empresário industrial, inclusive com trabalhos para o Governo; Otaviano Pivetta é um dos maiores lideres do agronegócio brasileiro

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