Prorrogar o prazo da CPI do Caso Cachoeira por apenas 45 dias, conforme defendem alguns integrantes da Comissão, é uma maneira de "não se chegar a lugar nenhum". A opinião é do senador Pedro Taques (PDT/MT), que participou no fim da tarde desta terça-feira (30.10) de reunião com os líderes partidários.
Ele defende a prorrogação por até 180 dias, ao contrário dos integrantes que desejam pôr fim aos trabalhos da Comissão. Durante a reunião, Pedro Taques foi categórico ao afirmar que é necessário aprovar, primeiro,a quebra de sigilo bancário das pessoas jurídicas ligadas a Delta.
"Se não quebrarmos o sigilo bancário das pessoas jurídicas ligadas à Delta não precisamos prorrogar essa CPI por nem mais nenhum dia", argumentou. Para ele, os 45 dias sugeridos são insuficientes para concluir qualquer investigação.
Conforme apontou o líder do PDT no Senado aos líderes partidários, a CPI possui três núcleos de investigação: as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira; o envolvimento de parlamentares nessas atividades; e supostos esquemas envolvendo a construtora Delta. "Cachoeira está preso, Demóstenes Torres foi cassado, entretanto não avançamos na questão Delta", lembrou.
Segundo Pedro Taques, o prazo da CPI não foi suficiente para a análise dos documentos que comprovem a conexão entre os três núcleos. "Além disso, ainda não recebemos todos os documentos que precisamos para finalizar nossas ações. Basta lembrar que quebramos em agosto alguns sigilos que ainda não chegaram. É essencial obtermos o sigilo das empresas que receberam recursos da Delta", ressaltou.
No Senado, a oposição já conseguiu 35 assinaturas para estender o prazo por 180 dias – são necessárias no mínimo 27, ou um terço dos integrantes da Casa. Na Câmara, contudo, há pouco mais de 130 assinaturas, quando seria preciso a adesão de pelo menos 171 deputados.
Caso não haja alteração nos prazos,o relatório final deverá ser votado no dia 4 de novembro, segundo a previsão inicia