“Começou a época de traições e facadas nas costas”. Essa declaração partiu do senador Pedro Taques (PDT) ao mesmo tempo em que o empresário e pré-candidato a prefeito Mauro Mendes (PSB) começou a convidar outros partidos para uma ampla aliança inclusive com a possibilidade de indicar um vice na chapa. A vaga vinha sendo desejada pelos pedetistas e demais agremiações do movimento “Cuiabá de Verdade”.
A declaração foi feita da tribuna do Senado, o que seria um recado direto a Mauro Mendes, um dos principais amigos de Pedro Taques no meio político. Apesar do discurso causar certo alvoroço, o parlamentar não comentou o assunto posteriormente com imprensa. O discurso de Taques deixou claro o destinatário porque, enquanto o parlamentar estava no Senado falando de traições no meio político, o “companheiro” Mauro Mendes concedia na tarde de ontem coletiva à imprensa prometendo buscar apoio de vários partidos que não integram o movimento Cuiabá de Verdade, formado desde o ano passado pelo PDT, PPS, PV e PSB. Ele ressaltou ainda que a vaga de vice só será discutida após avançar nas discussões sobre alianças.
Ao sair de uma reunião com o presidente municipal do PDT, médico Kamil Fares, Mauro declarou na presença do pedetista que pretende se aproximar de antigos concorrentes como PR e PMDB. Também preferiu não dar nenhuma garantia de preferência aos correligionários do Movimento. Diante disso, Kamil não fez sinal de muita satisfação e alegou que o assunto ainda exigirá ampla discussão no antigo grupo.
Diante da repercussão que a declaração de Taques causou, Mauro tratou de negar qualquer crise entre correligionários. “O grupo já decidiu há tempos e me autorizou a construir um amplo arco de aliança. Estamos fazendo isso de forma bem transparente e, por isso, não há constrangimento algum”.
A série de reuniões do presidente municipal do PSB continua hoje, mas, mesmo assim, ele evita admitir pré-candidatura. A Gazeta apurou, no entanto, que ele tem convidado as agremiações em conversas reservadas confirmando a disputa. “Eu quero ser candidato, mas isso depende de uma estrutura financeira e política. Queremos antecipar nossas convenções e não deixar para o dia 30, mas até lá vamos continuar os debates”.
O presidente estadual do PPS, deputado estadual Percival Muniz, descartou a tese de crise no movimento. Assim como Taques, apoia a pré-candidatura de Mauro Mendes desde o ano passado. “Não existe isso, até porque o senador já declarou que defende autonomia do nosso candidato. Eu sou defensor dessa tese não só para construção de alianças, como também formação da chapa. O Mauro deve ter liberdade total”.