O governador eleito Pedro Taques (PDT) anunciou, esta manhã, que assumirá Mato Grosso com R$ 1,7 bilhão entre dívidas a serem quitadas com pessoal e custeio da máquina pública. Este é o valor do déficit orçamentário a ser deixado por Silval Barbosa (PMDB) e detectado pela equipe de transição do futuro gestor estadual.
De acordo com o Gazeta Digital, o futuro secretário de Estado de Planejamento, Carlos Marrafon, disse que não há previsão orçamentária para suprir as dívidas alcançadas no atual governo. “O que nós temos é um déficit orçamentário de aproximadamente R$ 1,7 bilhão, sendo em torno de R$ 800 milhões com o pessoal sem cobertura, R$ 600 milhões de custeio da secretaria em relação a Lei Orçamentária de 2014 e também sem previsão orçamentária e em torno de R$ 400 milhões com o custo da dívida consolidada que não está previsto no orçamento que nós temos em mãos. A gente não tem previsão orçamentária, e não tem dinheiro suficiente no caixa para pagar esta conta”.
O próximo governador tratou de deixar claro que a exposição dos números não era uma denúncia e sim um levantamento de sua equipe sobre a realidade do governo que irá assumir. “2015 não será um bom ano economicamente para Mato Grosso, mas temos que trabalhar muito. Estamos preocupados, mas estou esperançoso. Dá para ser feito muito, trabalhando firmemente, cortando gastos e combatendo a corrupção. Investindo nas áreas prioritárias, na saúde, educação e segurança, para que o cidadão tenha o essencial”.
Ele não deixou de reclamar da falta de transparência da atual gestão e isso pode fazer com que estes números sejam ainda maiores. "Muitas informações não foram repassadas. Os resultados encontrados podem ser ainda piores, já que não foi possível ter acesso a muitos contratos do governo".
O levantamento aponta que a área da saúde, este ano, apresenta um déficit mensal de R$ 17 milhões. Para o próximo ano, a próxima gestão terá que viabilizar o pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 327 milhões. O próximo secretário da área afirmou que o governo encerra o ano com cerca de R$ 100 milhões bloqueados devido a judicialização na área.
Na área da Segurança Pública, o novo secretário, o promotor Mauro Zaque, afirmou que desde 2011 vem ocorrendo redução no número de policiais. Foram 571 homens na Polícia Militar, 195 na Polícia Civil e 40 no Corpo de Bombeiros. Além disso, houve corte de quase 60% dos investimentos no setor.
Ele disse ainda que o atual governo deixará R$ 40 milhões de “restos a pagar” e outros R$ 20 milhões de dívidas com fornecedores. O caso mais grave são as locações das viaturas policiais. Há o risco de 700 veículos policiais deixarem de rodar por falta de pagamento.