O deputado Pedro Henry (PP-MT) negou qualquer envolvimento com o esquema de venda superfaturada de ambulâncias. Ele foi ouvido hoje (30) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Henry foi acusado pelo líder do esquema, Luiz Antônio Vedoin, de ter direcionado recursos para a compra de ambulâncias da Planam no Mato Grosso. Ele ainda teria recebido de Vedoin um carro no valor de R$ 48 mil como pagamento de comissão.
Em sua defesa, o deputado alegou que o próprio Vedoin disse à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, à Justiça e à Polícia Federal que não houve acerto de comissão com ele e que não há registro em sua conta corrente de qualquer depósito feito pela Planam. “Inclusive fiz questão de anexar cópia do meu extrato bancário de 2002, ano de toda essa polêmica”, disse.
Segundo o deputado, o carro que recebeu foi um empréstimo e que ele devolveu aos Vedoin antes mesmo do surgimento do escândalo dos Sanguessugas. “Esse fato foi confirmado nos depoimentos do Vedoin”, afirmou.
Pedro Henry ainda confirmou conhecer o pai de Luiz Antônio, Darci Vedoin, desde 1993 quando foi vice-prefeito de Cáceres (MT). “Ele prestava assessoria à várias prefeituras. Mantenho um relacionamento de amizade com ele. Não vou negar esse fato”.
O relator do processo, deputado Mussa Demes (PFL-PI), encerrou hoje a fase de instrução do processo. A partir de agora não poderão mais ser ouvidas testemunhas no caso e nem ser incluídas novas informações no processo. No final da próxima semana, ele deve apresentar o relatório recomendando a cassação ou a absolvição de Henry.
Esta é a segunda vez que Pedro Henry enfrenta o Conselho de Ética. Na primeira vez, ele foi absolvido no Conselho e no plenário da Casa pelo suposto envolvimento no esquema de pagamento de mesadas à parlamentares, o mensalão.