Seis senadores protocolaram proposta de emenda à Constituição (PEC) para que as eleições presidenciais sejam antecipadas para 2 de outubro próximo, junto com as eleições municipais. O texto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Senado para depois ir a plenário, onde precisará contar com os votos de 54 senadores, em dois turnos, e passar pela Câmara para ser aprovada.
O deputado federal mato-grossense Nilson Leitão, vice-líder do PSDB. citou o oportunismo do PT e avaliou com preocupação a notícia. “Em 2015, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves propôs que as novas eleições seriam o melhor caminho para sair desse marasmo. Todo mundo foi contrário. Sugerir isso agora, quase no apagar das velas de um impeachment, significa que a constituição brasileira e a legislação vigente só não servem quando o PT perde o mandato”, afirmou.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo desta quarta (20), a proposta é uma tentativa de “iniciar um processo para uma saída negociada da crise” porque, para os parlamentares, o vice-presidente Michel Temer não tem as condições de reunificar o país, no caso de a abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff ser autorizada pelo Senado.
A antecipação tem sido defendida por setores do governo e do PT, para quem o vice-presidente é um “conspirador” que, se assumir, chefiará um governo sem legitimidade. Entre os articuladores da proposta estão os senadores Walter Pinheiro (ex-PT-BA), João Capiberibe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Cristovam Buarque (PPS-DF), Lídice da Mata (PSB-BA) e Paulo Paim (PT-RS).
Leitão chamou atenção para o fato de que Temer foi escolhido duas vezes pelo governo da presidente Dilma. “Quando fere os interesses do PT, todo mundo é conspirador. Não defendo o vice Michel Temer, ele foi escolhido pelo PT, não por nós, mas falo aqui de legislação, de constituição, de regra. A ação impetrada pelo PSDB para que a chapa Dilma-Temer seja julgada tem que ser focada urgentemente. Aí sim, teríamos o mesmo final, mas por meios da constituição e das leis eleitorais atuais”, completou, através da assessoria.